Resumo |
O Brasil é destaque mundial por sua produtividade florestal, destacando o clone híbrido Eucalyptus grandis x urophylla como um dos mais plantados no país, devido a sua grande capacidade de adaptação, rápido desenvolvimento e versatilidade. No entanto, buscando a melhoria contínua no setor, novos materiais genéticos têm sido estudados e implantados, como é o caso do gênero Corymbia, que tem densidade elevada, híbridos com bom crescimento e resistência a diversas pragas e doenças. Por se tratar de um gênero relativamente novo no segmento, não se tem muitos conhecimentos sobre sua anatomia e seus impactos para uso energético. O objetivo deste trabalho foi caracterizas as fibras de dois clones, um de Eucalyptus e um de Corymbia, indicando aquele com maior potencial para fins energéticos. Foram preparados macerados do alburno e do cerne, de um disco de madeira correspondente ao DAP das árvores, seguindo o método de Nichols e Dadswell. Foi utilizado o corante azul de astra com concentração de 0,01 g/ml de água, as lâminas temporárias foram montadas e um microscópio óptico com câmera acoplada foi utilizado para obter fotos na objetiva de 20x. Foi mensurada a espessura da parede, largura e da fibra, bem como o diâmetro do lúmen, medidos no software AxioVision versão 4.8. Seguindo a norma IAWA (1989), foram realizadas 30 repetições por árvore, de um total de três árvores para cada um dos dois clones, totalizando 180 medições. A partir da espessura da parede foi calculada a fração parede. O delineamento foi um fatorial 2x3, sendo dois materiais genéticos (Eucalyptus grandis X urophylla e Corymbia citriodora x toreliana) e três idades (5, 6 e 7 anos). Os resultados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) no software Statistica. Estabelecidas diferenças significativas, aplicou-se o teste Tukey em nível de 5% de significância. Os resultados do alburno não obtiveram interação significativa entre clone e idade. Para o material genético de Corymbia, uma maior fração parede foi observada na idade de 7 anos, onde, quanto maior a idade da árvore, mais lenho adulto (alburno) é formado, dada sua posição em relação ao câmbio. Para os resultados do cerne houve interação significativa entre clone e idade. Observou-se um maior valor de fração parede na madeira de Eucalyptus com 7 anos em contraposição da madeira de Corymbia que obteve maior valor com 5 anos. A região do cerne fica mais próxima a medula, nessas idades estudadas podem ter sido formadas em sua fase jovem. Sendo assim, apresentam maior proporção de lenho juvenil, consequentemente, pode ocorrer maior variabilidade nas características anatômicas da madeira. Conclui-se que a madeira de alburno em árvores jovens (5 a 7 anos) é mais adequada para uso energético. A madeira de híbridos de Corymbia possui um grande potencial para uso energético, por apresentar maior fração parede, colaborando para maior densidade da madeira e provavelmente maior resistência do carvão vegetal. |