Resumo |
A partir da década de 1940 o Brasil começou a passar por grandes processos de transformações urbanas, em que a cidade se tornava cada vez mais atrativa para os trabalhadores, já que o país passava por um processo de industrialização induzido pelo Estado nacional. Essas mudanças fizeram o país sair de um modelo de produção agrário-exportador para um modelo urbano industrial, consequentemente aumentando o êxodo rural. Para o município de Viçosa (MG), localizado na Zona da Mata Mineira, o cenário não foi diferente. Com a federalização da universidade, a população urbana entre anos de 1969 e 2000 mais que triplicou, o que trouxe consequências para o microclima urbano, para o balanço de energia e para a organização espacial desse município, já que não houve planejamento adequado para essas transformações. Além disso, a cidade se verticalizou, a partir da década de 1990, a superfície se tornou mais impermeável, a cobertura vegetal foi reduzida e houve um aumento do fluxo de veículo, o que provocou a elevação dos níveis de poluição, degradação ambiental, que favoreceu a formação de ilhas de calor. O objetivo deste estudo foi analisar o conforto térmico do município de Viçosa (MG), a partir da coleta de dados de temperatura do ar e umidade relativa do ar na escala diária e horária, durante todos os dias do ano de 2015, em cinco pontos urbanos e um ponto rural. Para isso, utilizou-se de seis pontos fixos amostrais com o auxílio de miniabrigos meteorológicos alternativos de PVC, contendo um datalogger Hobo (modelo U10-003), para os registros dos dados. O índice de Temperatura Efetiva (TE) e o Índice de Temperatura e Umidade (ITU) foram estimados através do cálculo de suas respectivas equações por meio das médias aritméticas simples da escala horária para a escala diária dos seis pontos fixos amostrais, utilizando as variáveis de temperatura do ar e umidade relativa do ar, procurando identificar e justificar os valores que se encontram nas zonas de classificação de desconforto térmico. A sistematização desses dados foi tabulada no Excel, assim como a realização do cálculo das equações. Quanto aos resultados obtidos, percebeu-se a prevalência do nível de conforto térmico com o uso do índice de Temperatura Efetiva. Portanto, pode-se concluir que o método da Temperatura Efetiva seja o mais adequado entre os índices testados, muito embora ainda seja necessário elaborar índices de conforto térmico para cidades de clima tropical ameno. |