“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 16521

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Medicina
Setor Departamento de Medicina e Enfermagem
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Primeiro autor Carolina Henrique da Silva
Orientador RODRIGO SIQUEIRA BATISTA
Outros membros Andréia Patrícia Gomes, Matheus Moura Novelli, Pedro Henrique Soares Nogueira, Romario Brunes Will Ferreira
Título Acidentes por Scorpaena plumieri (peixe-escorpião): estudos atuais sobre a fisiopatologia da dor
Resumo Introdução. O peixe-escorpião (Scorpaena plumieri) é considerado o mais peçonhento descrito na costa brasileira. As toxinas produzidas por essa espécie, quando inoculadas no Homo sapiens, promovem dor de grande intensidade, cujos mecanismos devem ser adequadamente reconhecidos, para o entendimento da fisiopatologia e a adequada condução clínica (diagnóstico e terapêutica) dos quadros de empeçonhamento. Objetivo. Descrever os acidentes causados por S. plumieri, enfatizando o processo de lesão e as manifestações clínicas, com ênfase no quadro álgico. Metodologia. Empreendeu-se revisão da literatura com estratégia de busca definida, a partir da seleção dos seguintes descritores [decs.bvs.br]: (i) “Fish Venoms”; (ii) “Pain”; (iii) “Envenomation”. A combinação dos três unitermos – (i) + (ii) + (iii) – foi utilizada na consulta ao PubMed [pubmed.ncbi.nlm.nih.gov], no período 01/01/1990 a 30/06/2022. Foram obtidas 41 citações, das quais 32 foram descartadas por não se referirem à espécie S. plumieri. Das nove referências restantes, selecionaram-se preliminarmente quatro para composição da presente comunicação, escolhidas com vistas à abordagem do objetivo supramencionado [Andrich et al. Toxicon 2015, 95:67-71; Campos et al. J Venom Anim Toxins Incl Trop Dis 2016, 22(35): 1-9; Loyo et al. Invest Clín 2008, 49(3): 299-307. Malacarne et al. Toxicon 2018, 150:220–227]. Resultados. Os achados iniciais da revisão bibliográfica assinalam que componentes da peçonha de S. plumieri têm ações hemolíticas, cardiovasculares, inflamatórias, inibitórias e proteolíticas, estas últimas relacionadas à ligação à integrina. Proteínas associadas à atividade hemolítica da peçonha são responsáveis pela maioria dos efeitos neurotóxicos, cardiotóxicos e inflamatórios descritos no empeçonhamento. O composto Sp-CTx – considerado o principal elemento bioativo da peçonha – atua principalmente através da formação de poros dependentes de lipídios, não apenas em eritrócitos, mas também em outros tipos de células, o que poderia explicar a dor observada no empeçonhamento. Esta, usualmente excruciante, é com frequência a primeira manifestação do acidente, ao qual se seguem edema e eritema, ambos associados a uma resposta inflamatória caracterizada pela liberação de mediadores pró-inflamatórios (TNF, IL-6 e MCP-1) e pela ação de proteases, hialuronidases e fatores inibidores de integrinas, cuja atividade pode afetar a matriz extracelular (MEC). Conclusão. As ações da peçonha de S. plumieri seguem em investigação. Nesse sentido, novos estudos são necessários para fornecer um panorama mais completo da composição química e dos efeitos fisiopatológicos das toxinas produzidas por esta espécie. Além dos benefícios para a abordagem dos acidentes, os estudos sobre os componentes da peçonha do peixe-escorpião abrem possibilidades para a elucidação de complexos processos fisiológicos e para o desenvolvimento de novos fármacos.
Palavras-chave Dor, Peçonha, Scorpaena plumieri.
Forma de apresentação..... Vídeo
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