Resumo |
As análises da fertilidade do solo e das substâncias húmicas podem ser usadas para estabelecer formas de manejo que produzam alimentos saudáveis prestando serviços ambientais ou ecossistêmicos. Além dela, o fracionamento da matéria orgânica estuda o húmus, importante componente da fertilidade do solo. Assim, o pesquisar as substâncias húmicas permite inferir se há equilíbrio entre as formas de C e se o solo está mantendo os estoques de C “sequestrados”. O C se estabiliza no solo por meio da humificação. A proporção entre as frações de C humificado do solo (ácidos fúlvicos, húmicos e huminas) são indicadoras da permanência do C estocado no solo. A presença equilibrada dos ácidos húmicos no solo, prediz um sequestro significativo. Além de indicadores de humificação, os ácidos húmicos possuem outra propriedade muito importante, a bioatividade, que consiste no estimulo do desempenho vegetal. Portanto, enuncia-se a hipótese que os diferentes solos coletados nos estados de MG e ES, partindo da Serra do Espinhaço até o litoral do ES, possuindo diferentes formações geológicas, possibilitam identificar diferenças na fertilidade, qualidade e da matéria orgânica do solo, visando estratégias de manejo conservacionista para cada solo. Para isso, foram coletadas 18 amostras de solo (horizontes A e B), que foram organizadas nos tratamentos a seguir: 1-Ser. da PiedadeA, 2-Ser. da PiedadeB, 3-CaraçaA, 4-CaraçaB, 5-MatipóA, 6-MatipóB, 7-Divisa MG-ESA, 8- Divisa MG-ESB, 9-Ent. do Par. Nacional do CaparaóA, 10-Ent. do Par. Nacional do CaparaóB, T1-Jer. MonteiroA, 12-Jer. MonteiroB, 13-Cach. do ItapemirimA, 14-Cach. do ItapemirimB, 5-MarataízesA, 16-MarataízesB, 17-ItapemirimA, 18-ItapemirimB. Foram realizadas análises de solo, fracionamento da matéria orgânica e condução de um experimento em DBC com os 18 solos mais o controle, para testar a bioatividade dos solos na cultura do milho. Mediu-se altura das plantas, maior folha, diâmetro do colmo e matérias secas da parte aérea e raízes. Após a coleta de dados e processamento no software R, os resultados indicaram que os solos se diferenciaram em termo de fertilidade. Considerando a saturação por bases como indicador de fertilidade, os solos ordenaram-se do mais ao menos fértil, como a seguir, pelo número de cada tratamento: 13>14>7>11>15>16>3>1>5>12>8>17>18>9>2>4>10>6. Já o estoque de C apresentou-se na seguinte ordem: 5>3>6>7>9>17>8>15>11>T4>16>13>1>14>12>18>10>2. E a bioatividade destacou os solos: 11>1>4>7>2>8>10>5>14>6>16>18, os quais possuem diferença significativa em relação ao controle. Conclui-se que os solos mais férteis (13 e 14) foram os formados com influência do calcário/mármore de Cach. de Itapemirim, mostrando a importância da correção da pH. As amostras de Matipó possuem alto estoque de C, devido aos solos com horizonte A húmico daquela região. Infere-se que a elevada bioatividade dos ácidos húmicos de Jer. Monteiro, esteja relacionada com ao C estocado pelas florestas, ainda persistentes na região. |