Resumo |
A disposição de rejeitos de mineração é uma preocupação ambiental atual e desastres recentes com barragens têm indicado o risco do seu armazenamento. A recuperação ambiental desses depósitos é tarefa complexa, pois os rejeitos constituem um ambiente inóspito para o adequado desenvolvimento das plantas. Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar o uso de um bioinsumo em associação com o plantio de espécies vegetais na recuperação da estrutura, ativação do microbioma e favorecimento do processo de recuperação de áreas de deposição de rejeitos de mineração. O estudo está sendo realizado em casa de vegetação com rejeitos provenientes do rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana - MG. O experimento foi montado em delineamento em blocos casualizados, em esquema fatorial 3x2, com cinco repetições, e formado por três condições de vegetação (estilosantes, braquiária brizantha e ausência de plantas) e duas condições microbiológicas promovidas pela adição ou não do bioinsumo. O rejeito foi acondicionado em vasos de 7 dm³ de capacidade após receber a aplicação de nutrientes via solução nutritiva, e carbonato de cálcio e magnésio para o fornecimento de Ca e Mg. Em cada vaso foi realizado o plantio de mudas das duas plantas previamente germinadas em bandejas com substrato comercial. No momento do plantio, 7 mL do bioinsumo foi aplicado por vaso junto às mudas. O bioinsumo foi produzido próximos dos dias de aplicação, a partir da aeração do vermicomposto e adição de bioativador. Após o desbaste, foram mantidas cinco mudas de cada espécie que, ao longo do cultivo, receberam oito aplicações foliares do bioinsumo, realizadas semanalmente. Em breve as plantas serão colhidas para a avaliação da massa fresca e seca da parte aérea e das raízes, e o rejeito será submetido à avaliação físicas e químicas e microbiológicas. O uso de mudas foi essencial para a revegetação do rejeito. A utilização de sementes não garantiu o êxito da prática de revegetação, uma vez que todas as tentativas não proporcionaram sobrevivência para o andamento do experimento. Sementes inicialmente plantadas a 3 cm de profundidade não germinaram. Em um segundo momento, o plantio a 1 cm de profundidade apenas garantiu a germinação de alguns poucos indivíduos, todos da leguminosa. O experimento então foi montado uma terceira vez, com o uso de mudas, produzidas em leitos de areia. A remoção da areia seguida do transplantio da raiz nua também não garantiu a sobrevivência da maioria dos indivíduos. Desta forma, o experimento foi montado uma quarta vez, agora com o uso de substrato comercial que foi transplantado junto com as mudas para o rejeito. Apenas desta forma é que se garantiu uma taxa de sobrevivência de 100%. Este resultado parcial indica as dificuldades proporcionadas pelo rejeito para o desenvolvimento das plantas e a necessidade da busca de alternativas para se garantir a revegetação em práticas de recuperação de áreas degradadas. |