Resumo |
Introdução: Diabetes Mellitus (DM) é definida como um distúrbio metabólico crônico caracterizado por elevados índices glicêmicos. Essa comorbidade tem origem heterogênea e múltipla, decorrente da falta e, ou incapacidade da insulina de exercer o seu papel. Pelo seu caráter multifatorial, ela associa-se também a valores elevados de Índice de Massa Corporal (IMC) e Circunferência da Cintura (CC). Esses parâmetros elevados têm relação com o acúmulo de gordura visceral que favorece o aumento da resistência à insulina. Objetivo: analisar a relação entre o diagnóstico de DM e parâmetros antropométricos em indivíduos acompanhados pela Atenção Primária à Saúde (APS). Metodologia: foi realizado um estudo transversal com 42 indivíduos avaliados e acompanhados pelas equipes da APS do município de Piranga, Minas Gerais, no mês de maio de 2022. A coleta de dados ocorreu por meio de aplicação de questionário adaptado para a população de estudo, avaliação antropométrica (peso, altura, IMC e CC) e exames bioquímicos, que foram obtidos por meio de prontuários físicos e pelo e-SUS. Todos os avaliadores foram previamente capacitados para a realização da coleta de dados. Para avaliar a associação estudada, foi realizada medidas de frequência, teste t e uma regressão linear múltipla. Todas as análises foram realizadas no Software SPSS. Resultados: 667% dos indivíduos são do sexo feminino, 45.2% são brancos e 73,8% cursaram até o ensino fundamental incompleto. A prevalência de DM na população analisada foi de 40.5%. A porcentagem do tempo de diagnóstico de DM para menos de 1 ano foi de 7.1%, de 1 a 5 anos de 16.7%, de 5 a 10 anos de 9.5% e maior de 10 anos de 4.8%. A maioria dos indivíduos (61,9%), possui antecedente familiar (familiares diretos) de DM. A média do IMC foi de 29.2 kg/m² e da CC medida pelo ponto médio foi de 92.5 cm, o que é indicativo de sobrepeso e risco aumentado de complicações cardiovasculares e agravamento do DM nesta população. O tempo de diagnóstico de DM se associou positivamente com CC, de forma que o aumento do tempo de diagnóstico de DM diminui a CC em 0,10 (p=0,013). Não foi obtido resultados significativos com o IMC. Conclusão: o estudo mostra que conforme o tempo de diagnóstico de DM aumenta há uma redução na CC, isso indica uma adesão ao tratamento pós diagnostico, principalmente na APS. Nesse sentido, destaca-se a necessidade de diagnóstico e tratamento adequado dos pacientes com DM, visando o cuidado integral no contexto da APS, tendo como principais objetivos a redução de complicações, como cetoacidose e o desenvolvimento de complicações incuráveis. |