Resumo |
No Brasil, predominantemente encontram-se monoculturas de gramíneas, sendo o manejo inadequado das pastagens a principal causa da redução da produtividade de forragem. Portanto, uma prática para se aumentar a biomassa de forragem em ecossistema de pastagens, é a adoção de consórcio de gramínea e leguminosa. Este trabalho é parte de uma pesquisa, cujo objetivo foi estudar a biomassa de forragem de pastos de capim-braquiária (Urochloa decumbens cv Basilisk) em monocultivo e em consórcio com amendoim forrageiro (Arachis pintoi cv. Belmonte) em diferentes espaçamentos entre linhas de plantio (40, 50, 60, 70 e 80 cm), quatro e cinco anos após a implantação. Utilizou-se o delineamento em blocos casualizados, com seis tratamentos e quatro repetições. Os pastos foram submetidos a lotação intermitente por ovelhas, com altura pré-pastejo de 20 cm e pós-pastejo de 10 cm. O material colhido foi submetido à pesagem e posteriormente separado em subamostras de gramínea e leguminosa, que foram pré-secas em estufa com circulação forçada de ar a 55 ºC e, posteriormente, em estufa a 105 ºC, para secagem definitiva e correção da matéria seca. Foram calculadas a biomassa seca total de forragem, biomassa seca de gramínea e biomassa seca de leguminosa (kg ha-1 ciclo-1). Observou-se que a biomassa seca de gramínea foi afetada pelos anos, enquanto que a biomassa seca de leguminosa e a biomassa seca total de forragem foram afetadas pelos sistemas e pelos anos. Todos os consórcios, exceto com 60 cm, apresentaram maior biomassa seca total (3671 kg ha-1 a 4045 kg ha-1) em relação ao capim-braquiária em monocultivo (2852 kg ha-1). Verificou-se que as biomassas secas de gramínea (2331 kg ha-1 e 2893 kg ha-1), de leguminosa (862 kg ha-1 e 1136 kg ha-1) e total (3193 kg ha-1 e 3976 kg ha-1) foram mais altas no segundo ano, relativamente ao primeiro ano. A mais alta biomassa total nos consórcios pode ser atribuída à inclusão de amendoim forrageiro, contribuindo para o aumento da biomassa total. A mais alta biomassa de forragem no segundo ano pode ser atribuída a melhorias nas características do solo, de um ano para o outro. Entretanto, Pereira et al. (2019) relataram mais alta produtividade de forragem em consórcio de Arachis pintoi cv. Belmonte e Urochloa brizantha cv. Marandu, com biomassa de forragem 17% mais alta no consórcio, relativamente ao monocultivo de Urochloa brizantha cv. Marandu fertilizada com 120 kg N/ha. Conclui-se que o amendoim forrageiro em consórcio com capim-braquiária aumenta a biomassa total de forragem. Recomenda-se a implantação desta leguminosa em espaçamentos entre linhas variando de 40 a 80 cm, para pastejo de ovinos em lotação intermitente. |