Resumo |
Introdução: O contato pele a pele precoce entre mãe e filho e a amamentação na primeira hora de vida são estratégias importantes para promoção e estabelecimento efetivo do aleitamento materno exclusivo. Essas práticas são recomendadas pelas diretrizes do Ministério da Saúde (MS), que visam a humanização do parto e nascimento, por sua capacidade de facilitar o processo de transição do recém-nascido para o meio extra-uterino, favorecer a criação de vínculo entre o binômio mãe-bebê e reduzir os índices de violência obstétrica e neonatal. Objetivos: Avaliar o contato pele a pele e o aleitamento materno na sala de parto em uma maternidade da Zona da Mata Mineira. Metodologia: a pesquisa faz parte de estudo maior, intitulado “Análise do perfil, experiência e percepção de mulheres que vivenciaram violência obstétrica em dois municípios da zona da mata mineira, à luz das políticas públicas de direitos reprodutivos e assistência à mulher no período gravídico e puerperal”, aprovado pelo comitê de ética (Parecer no5. 226.422) da Universidade Federal de Viçosa. As variáveis analisadas são: prática do contato pele a pele no pós-parto imediato e amamentação durante a primeira hora de vida. Para a realização desse estudo, foram analisadas 95 respostas à coleta de dados. Utilizou-se de análise estatística simples, através de frequência absoluta e relativa para análise dos dados. Resultados: Dentre as puérperas entrevistadas, 85 (89,47%) relataram contato pele a pele imediato com o recém-nascido, após o parto. Destacam-se como motivos da não realização da intervenção: realização dos primeiros cuidados com o recém-nascido, necessidade de intervenção imediata ou a presença do equipo de soro e aparelho de aferição de pressão arterial aderidos ao braço. A amamentação na sala de parto foi relatada por 25 (26,31%) das mulheres, sendo destacados como motivos da não realização: problemas relacionados ao recém nascido (baixo peso e necessidade de encaminhamento imediato para UTIN), demandas maternas (cansaço, fraqueza, efeitos da anestesia, braço preso ao soro e aparelho de pressão), problemas com a pega do bebê, ausência de produção de leite ou não souberam o motivo pelo qual não amamentaram. Conclusões: é possível concluir que, entre as entrevistas analisadas, houve boa adesão à prática do contato pele a pele, entre mãe e bebê, imediatamente após o parto, como afirmado pela maioria das mulheres, assim como preconiza o MS. No entanto, existe grande falha em relação ao estabelecimento da amamentação durante a primeira hora de vida, pelos baixos índices de sua ocorrência evidenciados pelo estudo. Sendo assim, necessita-se de políticas públicas, como educação permanente e continuada, que mantenham a efetiva realização do contato pele a pele e estimulem e aumentem as taxas do aleitamento materno após o parto. |