Resumo |
A relação da dinâmica de biomassa de espécies arbóreas e infestação de lianas afetam o seu incremento em florestas tropicais. Portanto, objetivou-se avaliar o incremento periódico em biomassa no fuste, entre os anos de 2016 e 2020, de uma Floresta Estacional Semidecidual, em Viçosa, MG, Brasil. O presente estudo foi realizado em um fragmento de Mata Atlântica, com 17 ha e foram utilizados os dados de 10 parcelas permanentes, de 20x50m cada (0,1 ha). Nos anos de monitoramento, todos os indivíduos com diâmetro à altura do peito (dap) maior ou igual 5,0 cm foram inventariados e identificados. Foram mensurados o dap e estimados a altura dos indivíduos e posição X e Y, assim como análises qualitativas sobre grau de infestação de lianas nas árvores. Em 2016, a análise de infestação de lianas foi dividida em 4 níveis (1= sem liana; 2= liana no tronco; 3= liana na copa; 4= liana no tronco e copa), enquanto em 2020 foi conduzida análise de infestação de liana na copa (0= sem liana; 1= 1-25% da copa coberta; 2= 25-50% copa coberta; 3= 50-75% copa coberta; 4= >75% copa coberta). O volume do fuste foi estimado por meio de equação alométrica ajustada para a mesma tipologia florestal. A biomassa foi estimada por meio da densidade básica de cada espécie e o incremento periódico anual em biomassa (IPABio) foi calculado para o período de monitoramento. Para gerar mapas que aproximem o fenômeno estudado de forma realista, foi modelado sua variabilidade espacial. A abordagem utilizada foi de modelo determinístico de efeito local por meio da interpolação de parâmetros das árvores amostradas pela função do inverso do quadrado da distância (IDW). O estoque de biomassa no fuste em 2016 e 2020 foi de 156,52 e 171,52 Mg.ha-1, respectivamente. O IPABio para os anos de monitoramento foi de 3,75 Mg.ha-1.ano-1. Os grupos ecológicos que mais contribuíram com este incremento foram as Secundárias Iniciais e Tardias (SI e ST) com 2,78 e 0,92 Mg.ha-1.ano-1 respectivamente. Em 2016 observou-se 1.003 fustes.ha-1 livres de infestação (Grau 1), 118 fustes.ha-1 em grau 2, 78 fustes.ha-1 em grau 3 e 43 fustes.ha-1 em grau 4. Já em 2020 constatou-se aumento no número de fustes infestados, com 843 fustes.ha-1 livres de infestação (Grau 0), 248 fustes.ha-1 em grau 1, 94 fustes.ha-1 em grau 2, 36 fustes.ha-1 em grau 3 e 21 fustes.ha-1 em grau 4. Fustes sem infestação tiveram um maior IPABio (3,45 Mg.ha-1.ano-1), enquanto fustes com grau de infestação severo (3 e 4) obtiveram valores baixos de IPABio (5,72 ± 10,13 kg. ha-1.ano-1). 1. O fragmento avaliado apresenta um alto potencial de estocagem de biomassa no fuste, entretanto, as lianas podem influenciar nesse processo de estocagem e ocasionar perdas na comunidade florestal e restrição dos potenciais serviços ecossistêmicos. |