Resumo |
O raciocínio geográfico está associado a processos cognitivos e é um instrumento de abordagem geográfica capaz de transformar a percepção de como os objetos se organizam e se conectam no espaço. Dada a relevância, esta pesquisa se dá pela razão do potencial existente em um mecanismo que é fundamental para interpretar os fenômenos que ocorrem no espaço. Além disso, ela visa contribuir com exemplos de práticas de ensino que se encaixem dentro de cada realidade e que ajude a solidificar a ciência geográfica, por meio de seus conceitos, generalizações e formas de pensar, que são próprias dessa disciplina. Para discutir como a cartografia auxilia no desenvolvimento do raciocínio geográfico, os autores basearam-se em fontes bibliográficas da área da educação e da Geografia, sendo um total cinco artigos, dois livros e um documento de referência nacional dos currículos das escolas públicas e privadas brasileiras. Num primeiro momento, buscou-se classificar o campo da Geografia Escolar, baseado na obra A Geografia Escolar e a Cidade de Lana Cavalcanti, caracterizando como disciplina o caráter que busca a formação do indivíduo como ser social, tendo o currículo como elemento norteador. Semelhante, pautou-se o campo geográfico focado na formação cidadã, de acordo com a Base Nacional Curricular Comum (BNCC). Esse tópico, que destaca o ensino como um processo dinâmico, considera que a Geografia Escolar busca o diálogo entre os conceitos cotidianos e os científicos, considerando assim, o saber do aluno. Em um segundo momento, buscou-se caracterizar a cartografia e o pensamento espacial, sendo este último ligado à cognição dos indivíduos. Dentro disso, para os alunos, há uma apropriação de conceitos específicos e princípios fundamentais e para os professores, é necessário a instrumentalização de meios que possibilitem aos alunos o raciocínio geográfico como forma de compreensão dos fenômenos espaciais. Nesse viés, a cartografia passa a ser um instrumento gerador da interpretação do espaço, com o uso de mapas, sendo pensados com um propósito intermediário da realidade, tendo como base Ascensão, Valadão e Silva (2018). Por fim, busca-se diferenciar os dois aspectos fundamentais nesse tema, sendo a alfabetização cartográfica e o letramento cartográfico, baseando-se em Richter (2017). Tendo como ferramenta metodológica o uso de mapas, como mediador do desenvolvimento do raciocínio geográfico. Com isso, constrói-se uma prática de ensino-aprendizagem que produz significado na realidade dos alunos e, também, dos professores e concluiu-se que a Geografia Escolar e o Raciocínio Geográfico unem o poder da percepção espacial e os recorrentes fenômenos nela inseridos. Outrora que a cartografia é para os alunos uma matriz geradora de interpretações acerca do espaço e para os professores, um meio de instrumentalizar ações que desenvolvam um melhor entendimento sobre o raciocínio geográfico. |