“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 16438

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Serviço social
Setor Departamento de Economia Doméstica
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES
Primeiro autor Fabiano Eloy Atilio Batista
Orientador RITA DE CASSIA PEREIRA FARIAS
Título Migração nordestina como expressão da “questão social”: uma análise do quadro De volta para o meu aconchego
Resumo Este trabalho busca refletir sobre a “questão social” enquanto resultado das desigualdades produzidas pela sociedade capitalista, buscando identificar as formas como ela se expressa e é divulgada nos programas televisivos de auditório, como no quadro De volta para o meu aconchego. Nesse quadro, a migração de nordestinos de retorno para a sua terra natal, enquanto expressão da “questão social”, é divulgada como mecanismo de entretenimento e de exploração do ser humano. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter descritiva exploratória. As análises se pautaram nos instrumentais da Análise do Discurso Fílmica, por meio da qual buscou-se compreender os diversos elementos que compõem a narrativa e como eles estabelecem discursos e imaginários. Considera-se, conforme (IAMAMOTO, 2001, p.10), que a “questão social” é “parte constitutiva das relações sociais capitalistas”, e reúne uma série de desigualdades revelando “o anverso do desenvolvimento das forças produtivas do trabalho social”. O sistema capitalista amplia as desigualdades sociais e agudiza as expressões da “questão social”, uma vez que esse sistema pressupõe o empobrecimento de muitos para enriquecer uma minoria, ampliando os mecanismos de exploração, opressão e violação de direitos humanos que segregam e impactam cada vez mais a população. Na contemporaneidade, a mídia brasileira tem sido um palco difusor e propagador das diversas expressões da “questão social” em nosso território, contribuindo para que haja uma série de processos discriminatórios, vexatórios e culpabilizatórios nas relações sociais. As narrativas apresentam estratégias, lógicas de enquadramentos e discursos que propagam estigmas, preconceitos e estereótipos cristalizados sobre determinados sujeitos, situações e locais. No caso do quadro De volta para o meu aconchego, observa-se nas narrativas discursivas que a “questão social” é divulgada como pobreza e fome, sendo retratadas de forma desconecta de um contexto maior da sociabilidade capitalista. A veiculação espetacularizada da “questão social” mescla anseios, fragilidades, direitos, negações e privações para uma “manutenção” de uma possível ordem social (a partir de jogos de relações de poder) veiculadas e reforçadas por meio da mídia, direta ou indiretamente. Esse processo é composto por um conjunto de jogos de linguagem que, por vezes, encobre a realidade e direciona o entendimento dos fenômenos sociais. Para tanto, é de suma importância estudar as discursividades que envolvem os processos migratórios, desvelando o que se encontra por detrás dessas construções simbólicas, pois elas dizem respeito não somente ao deslocamento em si, mas, sobretudo, trazem elementos centrais para a compreensão da “questão social” brasileira tais como: exploração da força de trabalho, desigualdade social, pobreza, exclusão, falta de acessos a políticas públicas e a direitos.
Palavras-chave Migração, "Questão social', Mídia televisiva
Forma de apresentação..... Vídeo
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