“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 16421

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Ensino médio
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática História
Setor Instituto de Ciências Humanas e Sociais - Campus Florestal
Bolsa PIBIC Ensino Médio
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Rafael Nogueira da Silva e Sousa
Orientador JOSE LEANDRO PETERS
Título Raymundo de Souza Dantas e África Difícil: A literatura afro-brasileira como um movimento de resistência.
Resumo Este trabalho busca analisar o percurso de Raymundo de Souza Dantas, o primeiro embaixador negro do Brasil, e explorar sua vida diplomática em países africanos como Gana. O principal objetivo da pesquisa é entender a atuação e percepção de Dantas como sujeito negro na carreira diplomática e como representante do Brasil em um país africano e analisar qual foi a visão do diplomata sobre o projeto do Itamaraty do qual ele fazia parte. De modo secundário, a pesquisa busca explorar caminhos possíveis para sanar questionamentos em torno da nomeação de Dantas para atuação na África, uma vez que, Jânio Quadros ignorou toda a história do Itamaraty e nomeou uma pessoa que não tinha tradição na carreira diplomática. Uma das principais fontes bibliográficas utilizadas para a pesquisa foi o livro “África Difícil”, um diário pessoal escrito por Raymundo na época em que exercia sua função de diplomata no continente africano e publicado no ano de 1965. Este livro permite acessar o pensamento e as impressões de Dantas sobre as mudanças que vinham ocorrendo no cenário africano após os movimentos de independências, especialmente em Acra, capital ganense, e a reconstrução de uma África genuína sem a dependência dos europeus, os quais tinham uma visão preconceituosa sobre o novo cenário que se descortinava no continente africano. Ao narrar o seu cotidiano, Dantas levanta questionamentos sobre sua relevância enquanto um homem negro formado em outra realidade sociocultural e política e destinado a atuar no continente africano. Por que Dantas fora enviado à África? Qual a relação entre a sua condição de sujeito negro e a sua indicação? Como os sujeitos de Acra o viam? Como Dantas entendia e descrevia sua realidade? Estas são problemáticas que buscamos elucidar ao analisar as memórias do diplomata em “África Difícil”. Como aporte teórico da pesquisa, nos ancoramos nos estudos de Roger Chartier (2002) o qual aponta para a realidade como algo que é fruto de uma construção do sujeito; Carlo Ginzburg (2007) e o método indiciário de investigação; bem como as reflexões sobre a literatura afro-brasileira trazidas por Eduardo de Assis Duarte (2011).
Palavras-chave Diplomacia, resistência, marginalização.
Forma de apresentação..... Vídeo
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