Resumo |
O processo de melhoramento genético do cafeeiro é demorado, podendo levar 25 anos para obtenção de uma nova cultivar. Com o intuito de acelerar este processo, diversas ferramentas estão disponíveis, com destaque para os marcadores moleculares de DNA. Um dos grandes desafios mundiais no melhoramento genético do cafeeiro, é o desenvolvimento de cultivares resistentes às principais doenças da cultura, a ferrugem (Hemileia vastatrix) e Coffee Berry Disease -CBD (Colletotrichum kahawae). Através da seleção assistida por marcadores moleculares (SAM) é possível selecionar cafeeiros resistentes à essas doenças ainda no estágio inicial da planta, o que permite acelerar o processo de desenvolvimento de cultivares que tenham o gene de resistência à H. vastatrix e C. kahawae. Desse modo, o objetivo do trabalho foi implementar a SAM em uma população F2 de Coffea arábica, obtida do cruzamento entre Catiguá MG2 e Acauã Novo, para identificar cafeeiros contendo diferentes genes de resistência à H. vastatrix e à C. kahawae. Foram extraídos DNA de 79 cafeeiros, pertencentes ao Programa de Melhoramento Genético do Cafeeiro desenvolvido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa-Café). Posteriormente, foi realizada a SAM como os cafeeiros F2 utilizando 5 marcadores moleculares associados a genes de resistência a ferrugem e a CBD. Para ferrugem utilizou-se marcadores ligados a três locos, sendo dois QTL correspondente a genes maiores de resistência as raças I, II e patótipo 001 de H. vastatrix e um gene RGA (Disease Resistance Gene Analogs). Para CBD, utilizou-se dois marcadores que flanqueiam o gene de resistência Ck-1. Os dados dos marcadores associados aos dois QTL evidenciam que todos cafeeiro da população F2 de C. arabica em estudo possuem resistência para as raças I, II e patótipo 001 de H. vastatrix, uma vez que a presença de um alelo dominante em um dos dois locos é suficiente para que o indivíduo seja resistente. O gene RGA associado a resistência a esse patógeno foi identificado em 69 cafeeiros. Para resistência a C. kahawae, 59 cafeeiros da apresentaram o gene Ck-1. Foram identificados 23 cafeeiros da população com a piramidação dos quatro locos de resistência a H. vastatrix e C. kahawae. Estes cafeeiros são potenciais genótipos para serem selecionados e dar prosseguimento no programa de melhoramento genético do cafeeiro. |