Resumo |
Introdução: A intensificação do hábito de realizar refeições fora do lar vem sendo característico das alterações do consumo alimentar no Brasil nos últimos anos. Apesar dos aspectos positivos ligados à alimentação fora do lar, pesa sobre ela o risco das Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA). Esse cenário foi agravado pela pandemia da SARS-CoV-2, que varreu rapidamente o país e se disseminou entre a população causando inúmeros óbitos. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) legisla com vistas ao aperfeiçoamento das condições de produção tendo como foco a segurança alimentar, porém são elevados os níveis de inadequação dos estabelecimentos que comercializam refeições pelo país. Neste sentido, o presente trabalho pretende avaliar as condições higienicossanitárias das unidades produtoras de refeições (UPR) do município de Rio Paranaíba, bem como a percepção dos agentes envolvidos no processo produtivo sobre a COVID-19 e a nova situação instalada. Compreender como essas unidades se articularam e remodelaram seus processos para o enfrentamento da crise de saúde poderá contribuir para adaptações nos instrumentos avaliativos das condições sanitárias dos espaços produtivos e, ainda, avançar no debate sobre os processos educativos tanto para gestores, quanto para manipuladores por meio de ferramentas tecnológicas. Objetivo: Avaliar as condições higienicossanitárias de estabelecimentos comerciais em Rio Paranaíba-MG, através da aplicação de um checklist da RDC n° 275/2002 e avaliação microbiológica das mãos dos manipuladores e do ambiente. Material e Métodos: Aplicou-se a lista de verificação da RDC n° 275/2002 para verificação das Boas Práticas de Manipulação nos estabelecimentos codificados como R1 e R2. Para a avaliação da qualidade microbiológica do ar do ambiente, utilizou-se a técnica de sedimentação simples. As contagens microbianas no ar dos ambientes foram estabelecidas pela fórmula sugerido por Andrade (2008) onde partículas viáveis.cm-2. semana-1 = UFC.10800: (p.π2).t sendo, t = tempo de sedimentação em minutos; r = raio da placa de Petri em cm e UFC = número de colônias na placa, após inoculação. Resultados e discussão: Os resultados indicam que os restaurantes foram classificados respectivamente no grupo 2 e no grupo 3 de acordo com a legislação vigente. Na avaliação microbiológica das mãos observou-se a presença de mesófilos aeróbios, fungos filamentosos e leveduras acima da recomendação. A avaliação microbiológica do ambiente mostrou níveis de contaminação superiores ao preconizado em ambos os estabelecimentos. Conclusão: Tanto R1 quanto R2 apresentaram condições higienicossanitárias e microbiológicas insatisfatórias, sendo fundamental a adoção das boas práticas de fabricação e a presença de um responsável técnico em ambos os locais. |