Resumo |
Introdução: O estudo da composição corporal é um assunto de crescente interesse e pode ser realizado tanto para fins de pesquisa, quanto para fins clínicos. No entanto, existem protocolos com recomendações prévias para a realização deste teste, que em condições de prática profissional, nem sempre são viáveis de ser seguidas. Resta saber qual seria o impacto de não seguir essas recomendações na realização da bioimpedância elétrica (BIA) sobre os resultados das medidas da composição corporal. Objetivo: Avaliar a confiabilidade e a reprodutibilidade da medida da composição corporal por BIA, sem a utilização de um protocolo de preparação prévia. Métodos: Foram avaliados 29 voluntários de ambos os sexos, com idade média de 24 ± 2 anos, estatura média de 169,89 ± 8,02 cm e massa corporal média de 71,45 ± 12,71 Kg. Para verificar a reprodutibilidade da BIA para medir a composição corporal, os voluntários foram submetidos a dois exames de corpo total usando um aparelho de BIA da marca InBody, modelo InBody230. O equipamento foi calibrado antes de conduzir as explorações. A partir dessas avaliações, foi possível analisar os dados referentes à massa corporal total (MCT), massa gorda (MG), massa livre de gordura (MLG), percentual de gordura corporal (%GC), massa muscular esquelética (MME) e água corporal total (ACT) de cada um dos avaliados. Esses parâmetros de desfecho foram utilizados para calcular o coeficiente de variação (CV), o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) e seu intervalo de confiança de 95% (IC95%). Resultados: Para todas as variáveis analisadas pela BIA foi encontrado um CCI muito alto, variando entre 0,981 a 1,00: MCT (CCI= 1,00; IC95%= 1,00;1,00), ACT (CCI= 0,994; IC95%= 0,987;0,997), MG (CCI= 0,996; IC95%= 0,992;0,998), MME (CCI= 0,994; IC95%= 0,987;0,997), MLG (CCI= 0,993; IC95%= 0,986;0,997) e %GC (CCI= 0,988; IC95%= 0,974;0,994). Adicionalmente, foram encontrados baixos valores de CV para: MCT (CV= 0,1%), ACT (CV= 3,2%), MME (CV= 3,2%) e MLG (CV= 3,3%). No entanto, foram encontrados valores de CV que indicam uma menor reprodutibilidade para as variáveis MG (CV=8,8%) e %GC (CV=8,8%). Conclusão: Sem seguir um protocolo de preparação prévia para a realização do teste, a medida da composição corporal por BIA apresenta alta confiabilidade e reprodutibilidade, porém grande variação para aquelas variáveis relacionadas a gordura corporal. |