Resumo |
Mormente, grande parte da população ainda é dependente do carvão vegetal ou da lenha para cocção no Brasil. No ano de 2021, 26,1% da energia do setor residencial foi oriunda de lenha, enquanto 22,9% de GLP e 45,4% de eletricidade. Entretanto, grande parte do carvão vegetal é produzido principalmente do gênero Eucalyptus, sendo em maior cujo consumo está aumentando gradativamente a cada ano, podendo causar um déficit em outros setores, como por exemplo na cocção. Logo, o objetivo desse estudo foi verificar a viabilidade técnica da utilização do sabugo de milho, que é um resíduo agrícola, como biomassa alternativa para fins energéticos na cocção de alimentos. No estudo foi utilizado o sabugo de milho, repartido em pedaços de aproximadamente 5 centímetros na transversal para a execução do experimento. A carbonização foi realizada em uma mufla de laboratório. As amostras repartidas do milho foram colocadas em um reator cilíndrico de metal com volume de 0,003 m3. A carbonização teve temperatura inicial de 100 °C e final de 300°C, com tempo de carbonização de 3 horas. Para as análises do sabugo de milho e carvão vegetal do sabugo de milho, aplicou-se a estatística descritiva para obter o desvio padrão e média geral dos dados. A priori, foi feita a análise química imediata dos materiais, a fim de se obter o teor de cinzas, materiais voláteis e carbono fixo presentes no sabugo de milho in natura e carbonizado. O material in natura teve um valor médio de 81,24% para materiais voláteis com desvio padrão de 0,17, e 1,21% de cinzas e desvio padrão de 0,03, por fim, 17,55% de carbono fixo com desvio padrão de 0,14. A densidade básica do sabugo de milho in natura teve uma média de 0,270 g.cm-3 com desvio padrão de 0,03 e seu poder calorifico superior foi de 4.491,5 Kcal.Kg-1. O rendimento gravimétrico da carbonização foi de 30,83%. Outrossim, as médias obtidas na análise química imediata do carvão vegetal de espiga de milho foi 40,62% o teor de voláteis, com desvio padrão de 0,24, 2,68% o teor de cinzas com desvio padrão de 0,03 e 56,70% o teor de carbono fixo com desvio padrão de 0,21. A friabilidade teve um valor média de 23,54% com desvio padrão de 9,12, a densidade aparente 249,54 Kg.m-3 com desvio padrão de 0,01 e o poder calorífico superior 6.215 Kcal.Kg-1. Em síntese, para suprir o déficit no setor de cocção no Brasil, pode-se utilizar formas energéticas alternativas, com maior biomassa em menor tempo de crescimento, agregando valor a um resíduo e a diminuição de sobrecarga em torno das florestas plantadas de Eucalyptus e nativas. São necessários mais estudos, principalmente para aprimorar o processo de carbonização das biomassas alternativas. Para o sabugo de milho, sugere-se realizar novas carbonizações com maior temperatura final e maior tempo de residência. |