Resumo |
O grão de café verde apresenta uma composição química muito complexa. Após o processo de torrefação ocorrem, ainda, inúmeras reações químicas, por meio das quais são formados e/ou degradados diversos compostos. Estima-se que tal grão possua cerca de 2.000 substâncias que são responsáveis por atividades biológicas como antioxidantes, anti-inflamatórias, antimicrobianos, antiviral, antienvelhecimento, anticancerígeno, anticelulite, proteção e antidiabética. O objetivo do presente trabalho é extrair, purificar e analisar as substâncias orgânicas contidas nos grãos de café e caracterizar os compostos em misturas ou purificados utilizando técnicas espectroscópicas e espectrométricas. Os grãos verdes (sem torra) de café (Coffea arábica) foram triturados e colocados em aparelho de Soxhlet com o solvente orgânico hexano a fim de se extrair a fração lipídica (óleo) composta por ésteres diversos (FH). A torta restante, foi separada em porções e extraída por solventes mais polares: água (FHA), etanol (FHE) e acetato de etila (FHAE), realizou-se também extração direta dos grãos com água (FA), etanol (FE), e acetato de etila (FAE). Foram realizados testes de ensaios biológicos, como: atividade antioxidante (DPPH) e fotoprotetora (FPS), e realizado também revelação com cloreto férrico, onde detecta compostos fenólicos. Os resultados mais promissores após a revelação com FeCl3, foram demonstrados com os extratos FHE, FHA, FE e FA que acompanharam as maiores atividades antioxidantes. Quanto à atividade fotoprotetora (FPS), todos os extrativos se mostraram potenciais para serem incorporados em formulações cosméticos visando a proteção da pele contra a radiação ultravioleta. Por fim, para caracterização dos extratos e produtos purificados estão sendo realizadas análises utilizando por Cromatografia (HPLC e CG) e técnicas espectroscópicas (RMN, IV, UV/Vis e EM). É possível estabelecer até o momento, que os principais compostos antioxidantes são os ácidos clorogênicos e metilxantinas, sobretudo o extrato etanólico. A presença de diterpenos (cafestol e kawaveol) nas frações lipofílicas (FH) além de outros compostos contendo sistemas de ligações duplas-conjugadas ou núcleos aromáticos corroboram com a absorção na região do espectro ultravioleta e justifica o uso destes como fotoprotetores. Os extrativos mais promissores bem como os compostos purificados serão avaliadas quanto à sua toxicidade e resultar em formulações que permitam o desenvolvimento de produtos de inovação tecnológica. (CNPq, FAPEMIG, EMBRAPA-Café, CAPES, FINEP). |