Resumo |
Durante a pandemia, as atividades presenciais desenvolvidas pelos diferentes grupos de ensino, pesquisa e extensão das Universidades, de maneira geral, tiveram que ser adaptadas para que pudessem ser realizadas de maneira remota. Esta pesquisa teve por objetivo analisar como diferentes grupos de ensino, pesquisa e extensão, ligados ao Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Viçosa, se adaptaram a esta realidade e como esse processo ocorreu. A coleta de dados foi realizada através de um formulário do Google enviado aos seguintes grupos: Empresa Júnior de Biologia (InBio), Grupo de Estudos de Animais Selvagens (Geas), Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC) e Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). Este formulário continha perguntas sobre o tempo em que o integrante estava no grupo, a frequência de troca de integrantes dos grupos, a forma como os integrantes se adaptaram às atividades do grupo, as mudanças nas formas de comunicação entre os integrantes, durante o período de pandemia e o impacto da pandemia sobre a quantidade de atividades do grupo. Como os grupos eram formados por um número diferente de discentes, solicitou- se que, em média, quatro participantes de cada grupo respondessem ao questionário. Os dados obtidos demonstraram que a maioria dos respondentes participava dos grupos por um período de 2 a 8 meses e que os grupos conseguiram manter o número de participantes durante a pandemia, apesar da troca de integrantes. Os grupos também conseguiram, apesar das dificuldades, se adaptar ao modelo remoto, passando a desenvolver suas atividades através de plataforma de conferência e comunicação online, como o GoogleMeet e as redes sociais, como Whatsapp e e-mail. Comparativamente, o grupo mais impactado pela pandemia foi o PIBIC, pois, os bolsistas não conseguiram desenvolver suas atividades de pesquisas nos laboratórios, devido ao acesso restrito a esses ambientes. Esta dificuldade resultou em um atraso nas pesquisas desenvolvidas. Os integrantes dos demais grupos, entretanto, perceberam os impactos da pandemia sobre as atividades do seu grupo, de maneira divergente. Para alguns, a pandemia teve “mais impactos negativos do que positivos”, enquanto que para outros, ela “não impactou o grupo”. Para alguns integrantes, entretanto, houve impactos positivos, como a possibilidade de realizar atividades em casa, poder contar com a participação de pessoas de fora de Viçosa nas palestras promovidas, aprender a utilizar novas tecnologias, ter flexibilidade de horários e desenvolver maior senso de ajuda e empatia entre os integrantes do grupo. Os dados obtidos, portanto, evidenciam que, apesar das dificuldades impostas e dos vários impactos negativos, de modo geral, os grupos desenvolveram habilidades que permitiram administrar as dificuldades decorrentes da pandemia e que, com esforço coletivo, conseguiram se organizar e manter as atividades rotineiras dos grupos. |