Resumo |
A maior parte dos materiais utilizados para produção de celulose são oriundos de cultivos de Eucalyptus e Pinus. A alta produtividade dessas culturas é garantida por constantes investimentos nos programas de melhoramento e de manejo e no uso sustentável de técnicas silviculturais de ponta. Para que se atinja altas produtividades e rendimento, é realizado o cruzamento de genótipos de interesse. No entanto, alguns cruzamentos ainda não produzem sementes viáveis e os motivos dessa inviabilidade são ainda desconhecidos, podendo ser atribuídos a incompatibilidade entre genótipos. O objetivo foi estabelecer uma metodologia que permitisse observar as sementes dentro dos botões florais e poder entender os motivos da sua inviabilidade (ausência de germinação). Botões florais foram coletados de cruzamentos que originavam sementes viáveis e inviáveis. Um ramo de cada matriz de interesse foi selecionado, no qual os botões florais e frutos foram coletados e fixados em FAA50 (formaldeído, ácido acético e álcool etílico, 1:1:8, v:v:v), em vácuo por 48 horas. Em seguida, o material foi armazenado em álcool 70%. Para iniciar os testes as amostras foram desidratadas em série etílica (80, 90 e 95%), posteriormente colocadas em resina para infiltração, cinco diferentes metodologias foram testadas. Dos procedimentos testados, aqueles que utilizaram glicerina e tratamentos térmicos para o amolecimento das amostras se mostram os mais adequados inicialmente. No entanto, a incubação das amostras imersas em resina em baixa temperatura foi a metodologia mais eficiente. As amostras imersas em resina foram mantidas em baixas temperaturas por 15 dias, com dois vácuos por dia. Em seguida mantidas a 4 °C por 30 dias sob vácuo constante. Após esse período, as amostras foram emblocadas com resina e endurecedor e mantidas a -20 °C por sete dias, em seguida colocadas para polimerizar em estufa de 35 °C. Após a polimerização as amostras foram seccionadas em micrótomo rotativo com avanço automático e fotografadas. Podemos concluir dessa maneira que a manutenção das amostras em baixa temperatura associada a vácuo constante, foi eficiente em permitir a penetração da resina nas amostras e seu corte para visualização das estruturas. Esse protocolo permitiu a análise do material e entender o motivo pelo qual um grupo de sementes não era viável enquanto o outro apresentava boa germinação. |