Resumo |
Esse trabalho se origina a partir das vivências como residente do Programa de Residência Pedagógica - Núcleo Geografia em 2021 ocorrido ao longo de um ano pandêmico. Exercer o primeiro contato com a prática do ‘ensinar’ em ensino remoto fragilizou a carga de experiência profissional de graduandos(as) dos cursos de Licenciaturas, assim como também a qualidade de ensino dos estudantes das escolas. Nesse sentido, o trabalho aqui apresentado teve início com a preparação de uma aula de Geografia sobre Tipos de Relevos para discentes do segundo ano do Ensino Médio. Ao longo dessa preparação foram utilizado os conhecimentos geográficos encontrados nos espaços virtuais, tais como o Youtube e o Twitter. No primeiro, a busca foi sobre as estruturas geológicas presentes na formação física do território brasileiro. Muitos são os vídeos publicados sobre o assunto, e o que se notou foi a quantidade de docentes que migraram seus conhecimentos geográficos para este formato até mesmo tempos antes do ensino remoto, ganhando assim no período de ensino à distância possivelmente muito mais visualizações. Também a partir da plataforma do Youtube e do ensino geográfico ali apresentado foi notado a praticidade e a forma democrática em se ter acesso às diferentes abordagens sobre um mesmo assunto, isso fez com que a preparação da aula pudesse ser construída com conhecimentos ampliados, de modo a permitir uma explicação mais completa e integrada da gênese geomorfológica brasileira. No Twitter, foram encontrados perfis (científicos) tratando sobre o conteúdo de Relevo e, nesse espaço, a busca resultou em apresentações e discussões sobre o Monte Roraima e sua importância simbólica para os povos tradicionais Macuxis. Sendo isso um encontro das características da geografia física com o âmbito cultural marcadamente brasileiro. As reflexões que puderam ser observadas considerou o espaço do Twitter utilizado como ambiente virtual portador de conteúdos relativos à ciência geográfica a partir de olhares subjetivos, de forma interdisciplinar e evidenciando a integração entre sociedade e natureza, objetivo principal da Geografia. Com essa experiência de ensino chegou-se a algumas conclusões como: as redes sociais e outras plataformas comunicacionais quando bem exploradas podem ser aliadas do processo educativo tanto para benefício dos docentes quanto dos discentes; e não basta enquadrar os relevos brasileiros como meros Planaltos, Planícies e Depressões, mas sim, enfatizá-los como locais de valores culturais que precisam ser preservados frente às ameaças de um modelo de produção extrativista. Portanto, a partir disso tudo, o resultado mais significativo se deu na elaboração de um fluxograma sobre o conceito de Paisagem no qual o objetivo foi evidenciar que o valor simbólico é o que irá priorizar as ações de preservação de uma paisagem. Qualquer paisagem que não seja reconhecida como representativa para determinada sociedade se torna mais suscetível à sua inexistência. |