Resumo |
O cajueiro (Anacardium occidentale) é uma fruteira nativa do nordeste brasileiro e é cultivado em todas as regiões tropicais do planeta. Além disso, tem grande importância socioeconômica pela geração de emprego no campo e na indústria de processamento da castanha-de-caju. A traça-da-castanha Anacampsis phytomiella Busck (Lepidoptera: Gelechiidae) é a principal praga da cultura e pode causar perdas de até 80%. Os danos são causados pelas lagartas que se alimentam da castanha e a destroem completamente, o que compromete a comercialização do produto. Os elementos climáticos influenciam na incidência de uma praga e a fim de elaborar estratégias de controle adequadas para a traça-da-castanha, é importante verificar qual o efeito deles. Nesse contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar como os elementos climáticos afetam o ataque de A. phytomiella em pomares de caju. O experimento foi conduzido em Pacaju - CE (4°10′26′′S, 38°27′50′′W, 77 m de altitude) durante dois anos (2018 e 2019), em pomares plantados com clone CCP 76, cultivados em espaçamento 7 x 7 m, sem irrigação e com o emprego de práticas normais de cultivo. Em cada pomar foram selecionadas ao acaso 40 plantas. Em cada ramo dessas plantas, foram avaliados o número de castanhas verdes totais e verdes atacadas por A. phytomiella. A partir destes dados foi calculada a percentagem de castanhas atacadas pela praga. Os dados climáticos foram obtidos através de uma estação automática. Em 2018 os dados foram coletados em outubro e novembro e, em 2019, entre setembro e dezembro. Durante a realização deste trabalho nos pomares de caju as temperaturas mínimas, médias e máximas do ar variaram de 21,70 a 26,10 oC, 24,96 a 28,65 oC e 28,20 a 33,90 oC, respectivamente. A precipitação pluviométrica atingiu 7,00 mm.dia-1. A umidade relativa do ar média variou de 59,19 a 75,02 %. A velocidade média dos ventos variou de 1,59 a 3,99 m.s-1. Já a radiação solar variou de 10,33 a 22,36 MJ.m-2.dia-1. dos ventos tiveram correlação significativa. No 1º ano a intensidade de ataque da praga diminuiu ao longo do período de frutificação dos cajueiros. Já no 2º ano a intensidade de ataque da praga aumentou na fase inicial da frutificação e atingiu um patamar a partir da metade do período de frutificação dos cajueiros. Verificaram-se correções positivas e significativas (P < 0,05) entre a intensidade de ataque da praga com as temperaturas médias (0,42) e máximas (0,43) do ar. Por outro lado, verificaram-se correções negativas e significativas (P < 0,05) entre a intensidade de ataque da praga com a radiação solar (-0,41) e a velocidade dos ventos (-0,42). Portanto, em períodos mais quentes, com dias mais nublados e com ventos de menor intensidade são maiores os riscos da traça-da-castanha A. phytomiella causar maiores danos nos pomares de caju. Nessas situações, deve-se monitorar com maior frequência a praga para controlá-la antes que ela cause danos econômicos. |