Resumo |
A Bacia Hidrográfica do Rio Pardo encontra-se no centro do estado do Rio Grande do Sul, englobando total e parcialmente treze municípios, sendo que o território possuía, no ano de 2007, aproximadamente 213.747 habitantes, com 148.957 residindo no espaço urbano e 64.790 na parte rural. Outrossim, trata-se que essa região passou por sucessivas alterações no que tange aos aspectos físico-ambientais e sócio-territoriais, de modo que participou significamente da economia do Rio Grande do Sul e do próprio Brasil durante o século XVIII, contudo, adentrou em um período de estagnação econômica já no século XIX, o que perdura até os dias atuais. Contudo, ainda mostram-se expressivas o número de áreas de vegetação suprimidas para a conformação de mosaicos de agricultura e pastagens, sobretudo, relacionados à expansão do agronegócio no país e um desenvolvimento acelerado e desordenado no que concerne a urbanização. À vista disso, corrobora-se com a noção de que a estruturação das paisagens está atrelada à dinâmica interna da natureza e as ações humanas operantes em dada periodicidade, logo, a análise da Bacia do Rio Pardo é sustentada pela noção de que o ambiente se molda e reage às opções de desenvolvimento econômico da comunidade. Assim sendo, trata-se que os estudos de fragilidade ambiental almejam identificar as unidades ambientais com características comuns em termos de vulnerabilidade à diferentes condicionantes (tipos de solos, índices pluviométricos, declividade, etc.), assim, se faria possível analisar de que forma as intervenções antrópicas, tal qual uso e ocupação da terra, poderiam conviver em equilíbrio dinâmico com os elementos físico-naturais, de forma a empreender simulações quanto aos acontecimentos futuros, isto é, prover condições efetivas para que ocorra um planejamento e ordenamento socioespacial exitoso. Na sequência, para que se fizesse a construção de um mapa de risco quanto aos deslizamentos de encostas na Bacia do Rio Pardo houve a utilização do software gratuito QGIS 3.16 para a produção dos mapas de altitude, clima, declividade, tipos de solos, uso e ocupação da terra em 2018 e, por fim, a sobreposição das camadas em um único produto através da atribuição de pesos e do cálculo de prioridade, uma vez que se buscava a visualização do estado de degradação ambiental da área e de seus desdobramentos quanto a continuidade das atividades econômicas e o bem-viver da população. Em suma, pela avaliação dos mapas, percebeu-se que a região mantém elevado grau de preservação de sua cobertura vegetativa original – 43,07% ou 1542 quilômetros – potencializando a manutenção da estabilidade de suas vertentes e impedindo que grandes eventos se notabilizem. Não obstante, as áreas de lavouras de soja (9,10%) e infraestrutura urbana (1,39%), que implicam em desmatamento e impermeabilização dos solos frágeis (argissolos e cambissolos), e se conformam em áreas de vertentes mais inclinadas (acima de de 15°), são as de alto risco de deslizamentos. |