Resumo |
A via de administração de um fármaco é um determinante crítico de sua farmacocinética, farmacodinâmica e toxicidade. Dentre as vias disponíveis, uma das mais utilizadas em estudos com roedores é a via intraperitoneal, na qual um agente farmacológico é injetado na cavidade intraperitoneal dos animais. A cavidade intraperitoneal se destaca como uma importante porta de entrada na circulação sistêmica, já que o seu vasto suprimento sanguíneo e o transporte linfático facilitam a rápida absorção de substâncias. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a farmacocinética de um derivado do dibenzoilmetano, o 1,3-difenil-2-benzil-1,3-propanodiona (DPBP). Para isso, foram utilizados ratos (6 animais por grupo), machos, Wistar, pesando entre 250 e 300 gramas. O DPBP foi diluído em dimetilsulfóxido a 5% e os animais receberam uma injeção intraperitoneal contendo 1 mg de DPBP por kg de peso. Em seguida, os animais foram eutanasiados por punção cardíaca nos tempos 0,5h, 1h, 2h, 3h, 6h, 12h, 24h e 48h após a injeção. O sangue foi coletado em tubos apropriados para coleta a vácuo com gel separador, em seguida foi centrifugado por 15 minutos a 3500rpm em centrífuga refrigerada e o soro foi armazenado sob a temperatura de -80°C. Adicionou-se uma alíquota de 200µL de a 800µL da solução de acetato de etila/metanol (95:5 v/v), a mistura foi agitada em um aparelho vórtex e então centrifugada a 10.000 G durante 15 minutos. O sobrenadante foi filtrado em filtro de nylon 0,22µm e as amostras foram injetadas no sistema UPLC-MS/MS. Para quantificação da concentração sérica de DPBP e padronização do método, foi feita uma curva padrão com diferentes concentrações do composto. Os cromatogramas foram avaliados com auxílio do software Skyline e o cálculo da concentração sérica do DPBP foi baseado na área abaixo da curva do pico de maior intensidade. Com exceção do tempo de 48h, foi possível detectar e quantificar os níveis séricos de DPBP em todos os tempos testados. A concentração sérica de DPBP variou entre 171 ng/Ml de soro no tempo 2h a 0,042 ng/mL de soro no tempo de 24h. No entanto, não houve diferença estatisticamente significativa entre os tempos analisados [F (7, 24) = 1,187; p = 0,347]. Sendo assim, podemos concluir que ao utilizar a via intraperitoneal para administração do DPBP sua concentração sérica se manteve estável até 24h após sua administração e não é detectável depois de 48h. |