Resumo |
INTRODUÇÃO: A análise de dados epidemiológicos em saúde pode levar à marginalização das demandas de grupos com menores índices de mortalidade e de morbidade, como é o caso das crianças em idade escolar no Brasil. Contudo, esses educandos constituem um conjunto importante quanto a constituição de bons hábitos salutares, tanto no quesito de higiene e cuidado pessoal como no aspecto da saúde sexual, os quais podem moldar cenários epidemiológicos futuros, não podendo ser ignorados. OBJETIVO: Partilhar e refletir a vivência interdisciplinar de acadêmicos dos cursos de Medicina e Enfermagem da UFV em abordagem prática de educação em saúde em uma escola do município. DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS AÇÕES: A atividade foi realizada na Escola Municipal João Francisco da Silva, Viçosa, em março de 2022. Os escolares foram divididos em grupos de 9 a 11 e de 12 a 15 anos, com os quais foram realizadas dinâmicas sobre autocuidado e educação sexual, respectivamente. Com os escolares mais novos, foi feita uma apresentação oral, e, a fim de consolidar o aprendizado de modo prático, o lúdico foi explorado na forma de brincadeiras com perguntas e respostas sobre higiene e cuidados pessoais, e, por meio da divisão em equipes, os mesmos puderam discutir em conjunto a resposta final para o questionamento. Com os escolares de 12 a 15 anos, foram coletadas previamente as dúvidas sobre sexualidade de modo anônimo e depois tais questões foram somadas a outras avaliadas como relevantes e transformadas em afirmações, de modo a ser feita uma dinâmica de “falso e verdadeiro”, com a distribuição de placas com as letras V e F aos alunos, que as levantaram diante da leitura das afirmativas pelos apresentadores. RESULTADOS ALCANÇADOS: Foi percebido o interesse dos escolares de 9 a 11 anos em agregar e em responder as perguntas, com a diminuição do comportamento inibido de alguns a partir do reforço positivo a cada resposta dada. Tornou-se nítida a consolidação dos assuntos tratados pelo estímulo visual, além do incentivo ao pensamento, à fala e às contribuições com as respostas dos colegas. O desafio de falar sobre sexualidade com os adolescentes, foi compensado pela exploração de possibilidades, de atitudes de risco e de agravos no jogo de “falso ou verdadeiro”. A busca prévia por questionamentos dos alunos permitiu a adequação da prática ao perfil da turma e possibilitou uma discussão centrada nas demandas trazidas por eles. CONCLUSÕES: Foi verificada a importância da atuação educativa interdisciplinar a fim promover bons hábitos aos jovens alunos, além do potencial pedagógico das práticas lúdicas. Foi relevante notar que, mesmo que por vezes ignoradas, as demandas em saúde dos escolares devem ser consideradas pois podem ser relevantes para o presente e futuro da sociedade. |