Resumo |
O milho (Zea mays L.) é uma das principais fontes para a alimentação humana e animal no mundo. O Brasil é terceiro maior produtor mundial deste cereal, ficando atrás dos Estados Unidos e China. No Brasil o milho é cultivado em duas safras: no verão ou primeira safra (responsável por 55% da produção) e na safrinha (ou segunda safra realizada no outono). A produtividade do milho no Brasil está muito abaixo dos maiores produtores mundiais. Dentre os fatores responsáveis pela baixa produtividade no país, destacam-se as perdas causadas pelos insetos. Nas espigas de milho os insetos podem causar perdas diretas e indiretas. Assim, é fundamental se identificar e quantificar as perdas causadas pelos insetos presentes nas espigas de milho nas diversas épocas de cultivo. assim, o objetivo deste trabalho foi identificar e quantificar as perdas causadas pelos insetos presentes nas espigas de milho em cultivo em cultivo de verão. O experimento foi realizado na unidade experimental Professor Clibas Vieira - Aeroporto, em Viçosa, MG, na safra 2020/2021. A lavoura de milho avaliada tinha área de cerca de três hectares. Na coleta de dados, a lavoura foi dividida em 10 parcelas. Em cada parcela foi realizada a coleta de 20 espigas. Em cada espiga foram avaliados os números de grãos totais e danificados. Os grãos danificados foram separados em duas categorias: aqueles que foram atacados por insetos (que foram considerados como perdas diretas) e os danificados de forma indireta (fungos e grãos germinados) em consequência da perfuração da palha das espigas pelos insetos. Foram identificadas as espécies de insetos que ocasionaram danos nas espigas. Calcularam-se as perdas diretas e indiretas causadas pelos insetos em quilograma por hectare. Também foram calculadas as percentagens de perdas diretas causadas por cada espécie de inseto. Usando a média e erro padrão das características avaliadas se confeccionaram histogramas de representação das perdas ocorridas. As perdas totais causadas pelo ataque de insetos às espigas no cultivo de milho foram iguais a 29,71 ± 11,49 kg/ha. As perdas causadas pelo ataque de insetos às espigas, foram diretas (5,59 ± 1,91 kg/ha) e indiretas (24,12 ± 11,31 kg/ha). As espécies que causaram perdas diretas nas espigas foram a lagarta Helicoverpa spp. e o gorgulho Sitophilus zeamais. S. zeamais foi responsável pela maior parte das perdas diretas (70,59 ± 3,33%), seguido por Helicoverpa spp. (29,41 ± 3,33%). As perdas indiretas ocorreram devido a perfuração da palha das espigas pelas lagartas Helicoverpa spp. Portanto, nos cultivos de milho de verão deve-se planejar o monitoramento e a realização de controle (químico, biológico, resistência de plantas e comportamental) quando necessário de Helicoverpa spp. e de S. zeamais, já que eles são os principais causadores de perdas nas espigas do milho nesta época de plantio. |