Resumo |
Introdução: A Organização Mundial da Saúde declarou em 2020 estado de pandemia devido ao novo coronavírus, originado na China e que tem se espalhado por todo o mundo de uma forma acelerada e fora de controle. Dada a elevada capacidade de mutação do vírus, após dois anos de pandemia ainda se observa elevado número de casos e mortalidade. Nesse contexto, torna-se relevante reconhecer as características dos pacientes acometidos nas diferentes regiões do Brasil, a fim de subsidiar o planejamento de ações preventivas. Objetivos: analisar a prevalência e distribuição geográfica dos casos e óbitos de síndrome respiratória aguda grave devido ao novo coronavírus no Brasil em 2022. Material e Métodos: estudo transversal, utilizando banco de dados nacional do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe referente ao ano de 2022. Foi calculada a taxa de prevalência dos casos hospitalizados de síndrome respiratória aguda grave devido ao novo coronavírus e analisadas as características sociodemográficas e clínicas desses pacientes. Avaliou-se a prevalência de casos notificados e dos óbitos em cada região do Brasil. Realizou-se a estatística descritiva e inferencial, comparando-se os óbitos por regiões, a partir do teste Qui-quadrado de Pearson. Por se tratar de dados secundários, de acesso gratuito, sem identificação nominal e disponíveis a toda população, o estudo não precisou ser aprovado pelo comitê de ética em pesquisa com seres humanos. Resultados: em 2022, até o dia 13/06, foram notificados 303.364 casos de síndrome respiratória aguda grave. Destes 60.570 apresentaram resultado positivo para o novo coronavírus a partir do exame de PCR, correspondendo a uma prevalência de 20%. Dentre os casos decorrentes do novo coronavírus, houve predomínio de pacientes adultos, com mediana de idade de 69,3 anos (49,3 – 81,6) e do sexo masculino (51,5%). A maioria dos pacientes (64,4%) evoluiu positivamente e recebeu alta hospitalar, enquanto o óbito pela síndrome respiratória aguda grave foi o desfecho prevalente em 32,4% dos casos. Quanto à distribuição geográfica dos casos, verificou-se maior concentração na região Sudeste, responsável por 54,1% das notificações, seguidas das regiões Sul (21,3%), Nordeste (12,9%) e Centro Oeste (8,1%). A região com menor número de casos notificados foi a região norte (3,6%). Em relação ao desfecho, verificou-se que a prevalência de óbito nas diferentes regiões do Brasil não foi igual (p<0,001). O maior número de óbitos foi identificado nas regiões Nordeste (35,5%) e Norte (34,7%), seguido pelas regiões Centro Oeste (27,9%), Sudeste (27,8%) e Sul (27,4%). Conclusões: no primeiro semestre de 2022, os casos e óbitos relacionados ao novo coronavírus se mostraram heterogêneos entre as diferentes regiões do país, com prevalência de notificações na região Sudeste e taxas de mortalidade mais elevadas nas regiões Nordeste e Norte. |