Resumo |
Diante das mudanças vivenciadas, ao longo da história, nas relações familiares brasileiras, principalmente no tocante ao papel do pai, que na sociedade atual, passa por uma transição, deixando de ser somente o provedor do lar, para se tornar também participativo e afetivo, entrelaçado ao fato de que estas mudanças impactam diretamente os lares, tornou-se evidente no meio científico a emergência de estudos que englobem o novo modelo de paternidade na sociedade contemporânea. Desta forma, no presente artigo investigou-se como as práticas educativas instituídas nos lares brasileiros, pelos “pais-jovens”, categoria compreendida por homens/pais, com idade entre 25 a 29 anos, podem auxiliar na construção e efetivação do princípio da paternidade responsável, norma jurídica que prevê a igualdade nos papéis de pai e mãe na criação e educação dos filhos, de forma a garantir maior equidade nos papéis de gênero, no âmbito familiar. Como parte da avaliação da disciplina ECD 628- Juventude, Inserção Social e Projetos de Vida, realizou-se um levantamento bibliográfico de cunho narrativo e qualitativo, que se concretizou com a busca de trabalhos nacionais, em livros e periódicos das bases de dados Scielo e Google Acadêmico, sobre a paternidade contemporânea, o princípio constitucional da paternidade responsável, a equidade de gênero e as práticas educativas nos lares brasileiros. Isto posto, com base no levantamento bibliográfico empreendido constatou-se que a questão de gênero e a paternidade continuam em evidência, bem como há uma carência de estudos que envolvam as práticas educativas associadas ao gênero no âmbito familiar. Concluiu-se, portanto, que as práticas educativas emancipadoras, responsáveis pela liberdade e pela quebra de paradigmas nos papéis de gênero, devem configurar os estudos sobre Educação e gênero no país, posto que, são fundamentais para a construção de um novo modelo de paternidade e até mesmo de sociedade. Novo modelo de paternidade devido a transição de papéis entre um pai que era meramente provedor e que agora se constrói participativo. E, novo modelo de sociedade, amparado na exigência constitucional do princípio da paternidade responsável, quanto ao papel do pai na criação e na educação dos filhos, promovendo mudanças nas práticas educativas dentro dos lares. Desde o binarismo entre cores e brincadeiras até a divisão de tarefas de menino e menina, diferenciadas com base no gênero. O intuito é que os meninos aprendam, desde cedo, que cuidar da boneca e dos afazeres domésticos não se trata de um “favor” feito as meninas e, sim, de uma responsabilidade compartilhada com todos os que habitam a residência. Quebra-se, portanto, a estrutura patriarcal que vigora em nossa sociedade na “raiz dos males", a família brasileira. |