Resumo |
Brumadinho e Petrópolis são exemplos de cidades que ainda permanecem na memória recente do brasileiro devido a desastres naturais ligados a deslizamentos de terra que marcaram a população desses locais com perdas materiais e principalmente humanas. Nesse contexto, Sistemas de Gerenciamento de Informações de Desastres (SGID) estruturados a partir de Sistemas de Informações Geográficas (SIG) desempenham um importante papel, permitindo a atuação antes, durante e após a ocorrência de desastres. Estes sistemas têm seu potencial ampliado por meio da incorporação de funcionalidades que se apoiam em Informação Geográfica Voluntária (VGI), isso se deve à ampliação da capacidade colaborativa, assim a população tem a possibilidade de se inteirar sobre locais de risco e colaborar com dados ou com o mapeamento de novos locais. No entanto, muitos dos sistemas em atuação na atualidade têm a interoperabilidade como obstáculo, uma consequência da falta de padrões na maneira de armazenar e estruturar os dados. Deste modo, o projeto LapsusVGI objetivou o desenvolvimento de um framework Web para gerenciamento de desastres, focando nos relacionados a deslizamentos de terra, e apoiado em padrões internacionais estabelecidos pela International Organization for Standardization (ISO), que abordam tópicos como métodos e procedimentos em sistemas de aviso precoce voltados para localidades vulneráveis à deslizamento de terra, padrões de estruturação de mensagem para instituições envolvidas em situação emergencial, dentre outros. Nesta nova etapa do trabalho, propusemos o desenvolvimento de um novo protótipo, focado na reestruturação, modularização e adoção de padrões de desenvolvimento de software, visando a escalabilidade, manutenibilidade, estruturação de novas funcionalidades e implantação multiplataforma do software. O sistema foi remodelado, sendo a nova versão desenvolvida majoritariamente em Javascript, tornando-a capaz de lidar com um grande número de conexões simultâneas e com alto rendimento. A arquitetura do sistema foi remodelada para o formato de Application Programing Interface (API), separando a definição das regras de negócio da interface, assim a ferramenta concentra a parte de processamento em um único lugar, capaz de servir diversas interfaces e em várias plataformas desde que suportem o protocolo Hypertext Transfer Protocol (HTTP). Aliada à remodelagem do lado servidor, foi desenvolvida uma interface visual para exemplificar o consumo de dados fornecidos pela API, focada em navegadores e implementada visando usabilidade e responsividade para diversos tamanhos de tela. Como resultado, obtivemos um protótipo de fácil aprimoramento e implantação multiplataforma, que busca atuar diretamente no problema citado. Como trabalhos futuros, incentiva-se o investimento em funcionalidades como importação e exportação dos dados registrados em formatos como XML e JSON, além da implementação de técnicas que agreguem na segurança e experiência do usuário. |