“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 16144

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Ensino médio
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática História
Setor Colégio de Aplicação - Coluni
Bolsa PIBIC Ensino Médio
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor LUIZA DE SOUZA E SILVA
Orientador FABIO LUIZ RIGUEIRA SIMAO
Título Na "ágora digital": História Pública, interpretações do passado e desafios da democracia no Brasil contemporâneo.
Resumo Este trabalho procura compreender a produção da história pública nas redes sociais contemporâneas. O espaço público, criado pela Internet, permitiu a produção de conteúdos diversos, porém, sendo extremamente rico na interação social, pode contribuir também para obscurecer debates, disseminar discursos de ódio e interpretações equivocadas. Na ágora digital, como a denominamos, todos podem falar, e essa liberdade, que em si é positiva, por vezes, produz ideias excludentes e preconceituosas, silenciando memórias e ações de grupos e pessoas com um passado de opressão, que ainda hoje sentem seus reflexos.
Através de literatura especializada nas áreas de história pública, historiografia e memória, acompanhadas de materiais digitais divulgados no Twitter, Youtube, Instagram e outros, estudamos as diferentes percepções sobre a história do Brasil e seus efeitos na relação com temas como gênero, raça e desigualdade. Concentramos em assuntos e debates que, na atualidade, desvendam questões sobre grupos vulneráveis a ataques e silenciamentos. Negros, indígenas, mulheres e comunidade LGBTQI+ são nossos protagonistas:O que se fala sobre eles, a visão de sua trajetória na história recente do Brasil e como isso influencia o espaço público democrático são nossos focos centrais.
Discutimos os materiais selecionados, colocando visões diferentes, umas complementares, outras contraditórias, e não tomamos partido, procurando nos orientar por valores democráticos e plurais. Analisamos as diferentes interpretações na perspectiva de seus impactos sobre um espaço público, onde deveria haver defesa da diversidade e produção de uma história respeitosa com relação às lutas e conquistas de grupos e pessoas diferentes, mas no mundo digital, onde historiadores e não historiadores produzem e divulgam conteúdos, a responsabilidade interpretativa deve ser dobrada. A história pública, interessada em dialogar com públicos não especializados e debater problemas de interesse geral, alinha-se aos desafios contemporâneos, já que, através dela é possível relativizar análises e mudar posicionamentos.
A Internet, embora permita a interação de uma rica gama de pessoas, permanece selecionando e deixando de lado quem não tem acesso ou consome conteúdos sem crítica e sem condições de debater uma história aberta, que ouve e contempla as diferentes vozes. De um modo geral, percebemos que há nas mídias digitais a difusão de uma história pública que pretende legitimar posições específicas sobre desafios e polêmicas da sociedade contemporânea, uma história em disputa, um espaço de debate e interpretações. Isso é bom pois sinaliza a existência da pluralidade, ao menos no nível das discussões. Porém, com perspectivas não apenas de quem explorou, mas também de quem foi explorado, na maioria das vezes, o que acontece é a disseminação de valores ideológicos, que não abordam a história nas suas diversas facetas, mas no esforço seletivo de usar o passado para legitimar posturas sociais específicas.
Palavras-chave História Pública, Democracia, Mídias Sociais
Forma de apresentação..... Vídeo
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