Resumo |
Introdução: A unidade de terapia intensiva é considerada um setor em que há elevado número de procedimentos invasivos e complexos, os quais demandam uma equipe de profissionais qualificados e especializados. Nesse setor, os indicadores de segurança do paciente tornam-se fundamentais para a avaliação da qualidade da assistência. No entanto, a aplicação desses indicadores na prática deve ir além da coleta diária, mas compreender a análise mensal, a fim de subsidiar o planejamento de intervenções que possam repercutir em melhorias assistenciais. Objetivos: analisar e padronizar os indicadores de segurança do paciente monitorados em uma unidade de terapia intensiva adulto. Material e Métodos: estudo descritivo com análise retrospectiva documental dos relatórios de indicadores, consolidados mensalmente em uma unidade de terapia intensiva adulto. Foram avaliados os indicadores referentes aos 444 pacientes críticos internados no ano de 2020. Diariamente, os enfermeiros do setor realizam a observação da condição clínica dos pacientes e coletam informações essenciais para a elaboração dos indicadores ao final de cada mês. Foram analisados os relatórios mensais dos indicadores que envolvem a segurança do paciente e, para a padronização, foram agrupados em relação ao seu objeto de análise. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa com seres humanos da instituição proponente, sob o parecer nº 4.214.221. Resultados: durante o período avaliado foram coletados 42 indicadores, os quais foram agrupados nas seguintes categorias: I - indicadores de funcionamento global da unidade de terapia intensiva, compreendendo 11 indicadores, com destaque para a baixa taxa de reinternação em 24 horas (0,8%); II - indicadores relacionados à utilização de dispositivos invasivos, abrangendo 21 indicadores e destacando-se a utilização do cateter vesical de demora (63,2%); III – indicadores de incidentes não infecciosos, contendo seis indicadores, sendo a incidência de obstrução dos cateteres nasogástrico/nasoentérico a de maior ocorrência (22,1/1000 pacientes-dia) e IV – indicadores de incidentes infecciosos, contemplando quatro indicadores, com destaque para a densidade de incidência de pneumonia associada a ventilação mecânica (37,8/1000 pacientes-dia). Conclusões: os indicadores contribuem para ampliação do conhecimento sobre o processo de trabalho do setor, de modo a desencadear melhorias para a população assistida. Foram observados aspectos positivos da assistência como o predomínio de altas e baixa taxa de reinternação, e aspectos negativos como a ocorrência de incidentes infecciosos e não infecciosos. |