Resumo |
A suinocultura e bovinocultura são atividades de grande relevância para a economia brasileira devido à exportação desses produtos, como também o aumento em número de animais dos sistemas de produção. Atrelado a produtividade e afim de prevenir doenças, faz-se o uso de antimicrobianos nas cadeias produtivas. Essa prática, quando utilizado sem controle, pode gerar bactérias resistentes e desse modo, a carne suína e bovina podem se tornar carreadores de diferentes patógenos resistentes a múltiplas classes de antibióticos, fator este preocupante para a Saúde Pública. Assim, o presente trabalho objetivou caracterizar o perfil de resistência a β-lactâmicos de isolados de Escherichia coli. No total, 235 isolados de Escherichia coli oriundos de um abatedouro misto localizado na região do Triângulo Mineiro/MG e pertencentes a bovinos (n=106), suínos (n=100) e humanos (n=29) foram avaliados. Para o teste de disco-difusão, os isolados foram cultivados e caldo de Infusão de cérebro-coração (BHI), normalizados a escala McFarland 0,5 e posteriormente, estriadas em placas de ágar Mueller Hinton para então os discos serem dispostos. Os antimicrobianos testados foram: amoxicilina (AMO 10), ampicilina (AMP 10), aztreonam (ATM 30), cefaclor (CFC 30), cefazolina (CFZ 30), cefepime (CPM 30), cefotaxima (CTX 30), ceftazidima (CAZ 30), ceftriaxona (CRO 30), imipenem (IPM 10) e meropenem (MPM 10). Entre os β-lactâmicos investigados, os isolados de E. coli foram em sua maioria sensíveis aos antibióticos testados, sendo os mais expressivos em bovinos a amoxicilina (2,8%), ampicilina (2,8%) e aztreonam (2,8%). Já nos suínos, foram detectadas uma alta resistência para amoxicilina (60%) e ampicilina (60%), além de cefazolina (17%), aztreonam (12%), cefotaxima (12%) e cefaclor (11%). Por fim, foi encontrada resistência antimicrobiana entre os isolados de amostras de humanos para a amoxicilina (24,14%) e ampicilina (24,14%). Os resultados apresentados refletem as cadeias produtivas. No caso dos suínos, o uso intenso de antibióticos em toda as fases de produção ocasiona isolados resistentes a diversos tipos de antibióticos. Diferentemente, a produção bovina faz uso de menos antibióticos e por isso, apresentam menos resistência os princípios ativos testados. No caso dos humanos, esta situação parece ser algo inerente ao contato com as cadeias produtivas. Desse modo, se faz imprescindível, a discussão do assunto nos ambientes de produção, além de se ter um uso moderado desses fármacos, para que a utilização indiscriminada de tais não prejudique os possíveis tratamentos que serão realizados posteriormente. |