“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 16067

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Linguística
Setor Departamento de Letras
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CAPES
Primeiro autor Vitor Simiquel Borges
Orientador RONY PETTERSON GOMES DO VALE
Título Uma análise discursiva do humor do canal “desconfinados”: resultados e conclusões
Resumo De forma notória, os evangélicos têm se aventurado no campo do humor a fim de produzir conteúdos alternativos na internet. Assim sendo, o que salta aos olhos é o canal “desconfinados”, do qual o principal idealizador e roteirista é o Jonathan Nemer, conhecido como humorista e evangélico. Ele compartilha esquetes no Youtube relatando as mais diversas situações do cotidiano, inclusive as da vida do povo evangélico. À vista disso, o objetivo geral desta pesquisa consiste em analisar as estratégias discursivas relacionadas ao humor nos esquetes do canal “desconfinados”, uma vez que torna-se importante vislumbrar a natureza do humor nesse canal. Paralelamente, alguns objetivos específicos são: i) examinar as condições e as circunstâncias que determinam a instância de produção dos esquetes do canal “desconfinados”; ii) descrever o contrato de comunicação dos esquetes de “desconfinados”; iii) descrever as situações de comunicação nas quais os personagens dos esquetes se encontram; iv) reconhecer os diversos sujeitos que integram a enunciação nos esquetes; e v) identificar e descrever os atos de comunicação humorísticos nas falas das personagens dos esquetes. No que tange à metodologia, consideramos a teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau, pois ela oferece um aparato teórico-metodologico adequado para a análise dos atos de comunicação humorísticos nos esquetes. Quanto ao corpus, cinco esquetes do canal são representativos para a análise, com os temas relacionados ao mundo evangélico. Dessa forma, cabe relatar alguns resultados e considerações finais da pesquisa: através das personagens em interação nas cenas ficcionais, é possível concluir que os esquetes do canal possuem certas tendências, a saber: i) atacar personagens que representam pessoas para gerar o riso, especialmente mulheres/moças do meio evangélico; ii) ter também como alvos os vícios e os pecados, o que nos levou a concluir que o canal, além de fazer humor, também faz religião; iii) buscar um aumento de alteridade com um público mais amplo, principalmente os não evangélicos. Além disso, constata-se que, devido à prevalência de derrisão no corpus em relação aos alvos (na cena ficcional a derrisão ocorre cinquenta e oito vezes; na cena não ficcional, há quarenta e uma ocorrências), há uma prevalência do riso de zombaria. Não obstante, é possível afirmar em alguns momentos a presença de um riso maldoso, especialmente quando mulheres/moças são atacadas. Nesse ínterim, pode-se afirmar que evangélico também faz rir. Mas deve haver um propósito: fazer humor para um evangélico é também fazer religião. Além disso, deve-se fazer rir buscando uma imagem mais simpática do protestantismo, a fim de que os não fiéis vejam que os evangélicos não são caretas e rombudos. Contudo, é preciso ter limites e deixar claro que não se deve deixar levar pelo humor convencional ou pelo humor iconoclasta, uma vez que até mesmo a atividade de fazer rir deve ser feita de forma mais próxima de Deus.
Palavras-chave Semiolinguística, humor, evangélicos
Forma de apresentação..... Vídeo
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