Resumo |
Introdução: Todo período gestacional apresenta um potencial de risco, podendo surgir durante a gestação, parto ou puerpério. A gestação de alto risco é considerada quando existe uma condição médica ou obstétrica inesperada ou imprevista associada ao pré-natal, resultando em um risco real ou potencial para saúde e bem-estar da mãe ou feto. Assim, qualquer condição prévia que traga resultados desfavoráveis e nocivos, deve ser acompanhada de forma pontual para que não haja aumento do risco à saúde do binômio mãe-filho decorrentes do processo gestacional. Um dos maiores desafios na saúde obstétrica é assegurar a qualidade dos cuidados durante o pré-natal. Nesse sentido, a realização da estratificação de risco gestacional é fundamental. A estratificação busca identificar as demandas de cuidado apresentadas pelas gestantes, sendo possível atuar sobre os condicionantes adversos à saúde materno e fetal. Objetivo: Identificar as evidências científicas sobre os fatores associados à gestação de alto risco. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, tendo como questão norteadora: Quais os fatores associados à gestação de alto risco descritos na literatura? A busca foi realizada nas bases de dados Portal CAPES Periódicos e BVS, utilizando os descritores: “gravidez de alto risco” e “fatores de risco”, combinados pelo operador booleano AND. Como critérios de elegibilidade consideraram-se estudos disponíveis na íntegra, nos idiomas português, inglês e espanhol, publicados entre 2018 a 2022. A busca foi realizada entre os meses de maio e junho de 2022. Dentre os 34 artigos selecionados, 28 foram excluídos, sendo por duplicação (3), não estar relacionado ao tema (23) e não estar disponível na íntegra (2). Resultados: Dentre os fatores associados a gestação de alto risco dois trabalhos apontaram fatores como variação hormonal, sintomas depressivos, irritabilidade entre outros sintomas que caracterizaram depressão, influenciaram tanto o pré-natal como o pós-parto. Dois estudos estabeleceram que a autoestima seria um fator associado pois influenciava na gestação não planejada, doenças gestacionais ou pré-existentes como hipertensão e diabetes mellitus, além da baixa renda familiar, apontada em um estudo. Fatores associados a atividade educativa em saúde na assistência ao pré-natal, perda do cartão da gestante e condições de moradia inadequada foram identificados em dois trabalhos. Por fim, um estudo apontou fatores associados a desfecho de pré-natal não adequado ao programa de humanização no pré-natal e nascimento que configuram como condições que influenciam a saúde materna e fetal. Conclusões: As gestantes de alto risco devem receber uma atenção integral e multidisciplinar, facilitando seu acesso aos serviços de saúde, atenção básica e especializada. É imprescindível o conhecimento dos fatores associados pois estes devem ser identificados precocemente, buscando minimizar os danos decorrentes de uma gestação de alto risco ao binômio mãe-filho. |