Resumo |
Introdução: Com a pandemia do novo coronavírus em 2020, os professores de educação física tiveram que adaptar as suas aulas para forma on-line, assim, as aulas de alongamento e flexionamento também receberam as suas devidas adaptações. Objetivos: proporcionar um programa de treinamento de flexibilidade on-line; verificar possíveis alterações em determinados ângulos articulares; verificar se as aulas on-line são uma opção viável para o treino da flexibilidade e submeter a avaliação da flexibilidade pelo aplicativo Angulus: Measure angles on images/vídeos da flexibilidade por duas avaliadoras para verificar a variação inter-avaliadoras. Materiais e métodos: o projeto foi aprovado pelo CEP (CAAE 47111821.5.0000.5153). Foram realizadas 14 sessões de treinamento on-line pela plataforma Google Meet, com duração de 1 hora. Cada sessão incluiu exercícios de flexionamento, fortalecimento e mobilidade articular. A amostra foi composta por 52 voluntários maiores de 18 anos, sendo 33 pessoas no grupo experimental e 19 no grupo controle. Após aceitar o TCLE, os mesmos responderam questionários e a coleta de dados se deu pela captura das imagens dos voluntários e posterior angulação das mesmas pelo aplicativo supracitado, onde duas avaliadoras angularam as imagens. Todos os dados foram submetidos ao teste de normalidade de Shapiro-Wilk. A partir do resultado da normalidade, os dados sofreram a exploração descritiva, por meio do cálculo da média e do desvio-padrão. Para verificação da reprodutibilidade inter-avaliadores das medidas da flexibilidade foi utilizado o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) com um intervalo de confiança de 95% (IC95%). Também foi calculado o coeficiente de variação (CV) para quantificação da amplitude da variação dos resultados entre os avaliadoras. Para todos os tratamentos foi considerado um nível de significância estatística de p<0,05. Resultados: para todas as medidas da flexibilidade foi observada um alto CCI, demonstrando que o aplicativo utilizado apresenta uma excelente reprodutibilidade inter-avaliadoras. Além disso, o CV da variabilidade das medidas entre avaliadoras foi entre 7,53% à 24,92%, fato que pode ser considerado aceitável. Foi possível verificar que o treinamento proposto melhorou a flexibilidade nos movimentos que abarcavam as articulações do quadril em diferentes posições, ombro e coluna, nos integrantes do grupo experimental, quando comparados aos integrantes do grupo controle. Também foi possível perceber a melhora da consciência corporal, humor e bem-estar durante o dia-a-dia a partir da análise da resposta dos questionários e, empiricamente, através de relatos dos mesmos. Conclusão: é possível realizar um treinamento de flexibilidade de forma remota, segura e que este treinamento resulte satisfatoriamente na melhora da flexibilidade e da amplitude de movimento, mostrando ser uma opção viável para o flexionamento, além de ser uma alternativa de prática on-line em tempos de isolamento social e fora dele. |