Resumo |
O café conilon pertence à espécie Coffea canephora, apresenta autoincompatibilidade, devido as interações celulares entre o grão de pólen e o pistilo que impedem a germinação do tubo polínico no estigma da mesma planta. Dessa forma, a reprodução desses cafeeiros se dar por alogamia e consequentemente lavouras oriundas de sementes apresentam grande variabilidade. Para contornar esses problemas as cultivares de café conilon podem ser reproduzidas de forma assexuada, ou seja, por meio da clonagem. Para se obter as cultivares clonais é necessário selecionar clones que reúnam características de interesse e que apresentem compatibilidade genética. Assim, o objetivo desse trabalho foi introduzir, caracterizar e avaliar clones de café conilon na região da Zona da Mata Mineira visando identificar variabilidade genética a ser exploradas em programas de melhoramento genético. O experimento foi instalado no Campo Experimental Vale do Piranga EPAMIG, Oratórios, MG, em delineamento de blocos ao acaso com 39 clones de café conilon e três repetições. As parcelas foram constituídas de 6 plantas, com espaçamento de 1,0 x 3,0 m, entre plantas e fileiras, respectivamente. Em 2022, iniciou-se as avaliações para a caraterização dos clones. Para isso, utilizou-se uma planta representativa de cada clone por parcela e repetição onde avaliou-se as seguintes características: altura da planta, medida do colo até o ápice do cafeeiro; diâmetro da copa, medido na porção mais larga da planta no sentido das ruas. Em cada cafeeiro avaliado, selecionou-se o ramo ortotrópico mais desenvolvido e vigoroso, onde avaliou-se o comprimento, medido da base ao ao ápice do mesmo; o número de ramos plagiotrópicos e o comprimento do internódio, obtido pela razão entre o comprimento do ramo ortotrópico pelo número de nós. Além disso, determinou-se o número de plantas mortas por parcela. Os dados foram submetidos a análise de variância e as médias agrupadas pelo teste Scott-Knott a 5 % de probabilidade. Dentre as características avaliadas, não houve diferença significativa entre os clones apenas para o número de ramos plagiotrópicos, com média geral de 13,32. Para as demais características os clones foram classificados em dois grupos, em que 38% apresentaram as maiores alturas, com média de 70,43cm e 26% com maiores diâmetros da copa, com média de 86,37cm. A maioria dos clones foram classificados com maiores comprimentos dos ramos ortotrópicos e dos internódios, com médias de 64% e 51%, respectivamente. Em geral os clones apresentaram baixo número de plantas mortas. Há variabilidade entre os clones para a maioria das características avaliadas que podem ser utilizadas em futuros processos de seleção para compor cultivares para a Zona da Mata mineira. Agradecimentos ao Consórcio Pesquisa Café, a FAPEMIG e ao CNPq pelo apoio financeiro do projeto e pelas bolsas concedidas aos autores. |