Resumo |
O estado de Minas Gerais ocupa a quarta posição em produção de café canéfora, predominantemente Conilon, embora apresente grande potencial para o cultivo dessa espécie. Devido a essa crescente importância, têm-se investido em diversas linhas de pesquisas, com destaque para o controle fitossanitário das lavouras. As doenças e pragas podem causar desfolha, maturação e queda precoces dos frutos, aumento no número de grãos chochos e a seca dos ramos produtivos, o que compromete a produtividade e a qualidade dos cafeeiros. O cultivo de clones resistentes constitui-se uma medida eficaz e econômica para o manejo do cafeeiro, além de minimizar impactos ambientais pela redução do uso de produtos químicos usados no controle. Com isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes clones de café conilon quanto às características de severidades de doenças e praga, além do vigor vegetativo, visando identificar os mais promissores. O experimento foi instalado no Campo Experimental de Leopoldina da EPAMIG, na cidade de Leopoldina MG, em delineamento de blocos ao acaso, com 23 clones de café conilon em quatro blocos. As parcelas foram constituídas de 8 plantas, com espaçamento de 1,0 x 3,0m, entre plantas e fileiras, respectivamente. Na safra de 2022 foram avaliadas as seguintes características: severidade de ferrugem (Hemilea vastatrix), com notas de 1 a 5; intensidade de seca de ponteiro, com notas de 1 a 4; severidade de cercosporiose (Cercospora caffeicola), com notas de 1 a 5; severidade do ataque do bicho-mineiro (Leucoptera cofeella), com notas de 1 a 5 e o vigor vegetativo das plantas, com notas de 1 a 10. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias agrupadas pelo teste Scott-Knott a 5 % de probabilidade. Para as características intensidade de seca de ponteiro e severidade do ataque de bicho mineiro não houve diferenças significativas entre os clones, com médias de 1,59 e 2,00, ou seja, pouco sintomas. Em relação à severidade de ferrugem, os clones foram agrupados de duas formas, em que a maioria desses apresentou quantidade moderada de pústulas nas folhas. Da mesma forma, os clones foram classificados em dois grupos quanto a severidade de cercosporiose, onde a maioria dos clones foram classificados com poucos sintomas dessa doença. Quanto ao vigor vegetativo, a média geral foi de 7,55, o que reforça a capacidade de vigor dessa espécie de café. Fato que pode ser atribuído as baixas incidências de seca de ponteiro e do ataque de bicho mineiro, visto que não houve relação com as severidades de cercosporiose e de ferrugem. Os clones mais vigorosos foram 2, 3, 6, 7, 8, 17, 18, 20 e 21, com média 8,0. Com base na safra 2022, os cones 3, 7 e 21 destacaram-se por serem mais vigorosos e com baixa severidade das doenças e praga. Agradecimentos ao Consórcio Pesquisa Café, ao CNPq e a FAPEMIG pelo apoio financeiro do projeto e pelas bolsas concedidas aos autores. |