Resumo |
A microrregião do Caparaó é uma das microrregiões do estado brasileiro do Espírito Santo. Seu nome faz referência à serra de mesmo nome, a qual integra o Parque Nacional do Caparaó. Por meio de abordagem sistêmica, este trabalho procurou compreender as transformações e a dinâmica dos sistemas agrários da região. Os dados foram obtidos por revisão bibliográfica, pesquisa documental, observação e convivência com a agricultura familiar dessa região. Realizamos análise de conteúdo e triangulação dos dados. Com relação ao zoneamento regional, demos destaque ao clima, ao relevo, à hidrografia e à vegetação. Dividimos a linha temporal em quatro sistemas agrários que, ao longo do tempo, pode ajudar a compreender essas transformações neste território. Portanto, esses quatro momentos foram divididos, a saber: i) A presença maciça dos povos originários (Indígenas); ii) A chegada dos Imigrantes; iii) A formação das Pequenas Propriedades; e iv) O surgimento da Cafeicultura Moderna. Além disso, trabalhou-se os dados do PIB e do IDH desse território, para ajudar a compreender esse cenário. Os resultados do trabalho permitem apontar que a Serra do Caparaó é parte do território muito importante para o dinamismo das paisagens e, logo, dos sistemas agrários. Tal cadeia de montanhas possibilita duas estações climáticas bem-marcadas, altitudes elevadas e relevo ondulado; além de alimentar bacias hidrográficas importantes e oferecer condições agronômicas adequadas para o cultivo do café, principal cultura da região. Mesmo tendo sida muito explorada no Sistema Agrário das Pequenas Propriedades, seu território ainda hoje é um importante fragmento de Mata Atlântica, apesar de se encontrar ilhado essencialmente por lavouras de café. Tal situação insular consolidou-se no Sistema Agrário da Cafeicultura Moderna, fortemente englobado pela Revolução Verde. Sua diversidade diminuiu. Apesar disso, apontamos algumas situações destoantes da monocultura, como o turismo rural e a produção de cafés especiais. |