Resumo |
No que diz respeito à reprodução bovina, os cistos foliculares constituem patologia adquirida de grande relevância, principalmente em animais que apresentam alta produção. Eles afetam diretamente a eficiência reprodutiva do rebanho, aumentando o período de serviço, o intervalo entre partos e consequentemente gerando prejuízos zootécnicos e econômicos ao produtor. O cisto folicular consiste em uma estrutura folicular anovulatória, com paredes relativamente finas e conteúdo fluido em seu interior, que persiste no ovário durante um período superior a dez dias, conservando-se no mesmo lugar. Ele também tem por característica ter tamanho superior a 25 mm de diâmetro e estar presente sem que haja no ovário qualquer corpo lúteo ativo. Diferentes causas podem levar à formação de um cisto folicular, estando diretamente relacionadas a um desequilíbrio no eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal. Esse desequilíbrio pode se originar de exposição do animal a algum tipo de estresse extremo, por exemplo, o que culminaria na elevação dos níveis de cortisol no organismo, fazendo feedback negativo com o LH, levando à inibição da ovulação e aparecimento do cisto. Tal patologia tem ocorrência relativamente frequente em fazendas com animais de elevada produção atendidas na região de Viçosa (MG), principalmente no período pós-parto, em que os desafios sanitários e produtivos são maiores, estando a vaca em acentuado balanço energético negativo, o que interviria diretamente no pico de LH, impedindo a ovulação, tal como a ocorrência de doenças metabólicas do pós-parto, como a hipocalcemia e a cetose. Os principais sinais clínicos da presença do cisto folicular nas vacas leiteiras são a ninfomania, o anestro e a irregularidade cíclica, sendo que o diagnóstico consiste na associação desses sinais aos achados clínicos da palpação transretal e ou visualização ultrassonográfica do cisto, que é bastante característico. O principal tratamento para os cistos foliculares é a administração parenteral de análogos de GnRH, ou diretamente de LH, para induzir à luteinização do mesmo. Em uma das fazendas supracitadas, o tratamento dos casos ocorrentes dessa patologia é exclusivamente feito com a utilização de GnRh, obtendo resultados bastante efetivos, com os animais retornando ao ciclo após a administração, não sabendo no entanto qual a porcentagem desses casos tiveram cura espontânea. Assim, é importante que o produtor e o médico veterinário responsável atentem-se aos sinais e busquem minimizar as causas dessa patologia, tratando os casos ocorrentes o mais breve e efetivamente possível, visando melhorar o desempenho reprodutivo e produtivo e explorar ao máximo o potencial de seu rebanho. |