Resumo |
Incluir o aluno com deficiência atualmente é um dos maiores desafios educacionais, pois apenas o fato de “inseri-lo” na escola, pode não estar atendendo suas necessidades. Supõe-se que para que este seja um processo efetivo é necessário o entendimento de conceitos fundamentais. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar o conhecimento de professores das redes de ensino estadual, municipal e federal sobre o conceito de Pessoa com deficiência (PcD). Este é um estudo transversal, qualitativo, realizado com doze professores de Educação Física Escolar (seis da rede municipal e estadual e seis federal), de ambos os sexos, atuantes nas cidades de Rio Pomba-MG e Silveirânia-MG. A coleta de dados foi realizada através de um questionário semiestruturado. Os aspectos éticos foram respeitados e para garantir o anonimato e confidencialidade os professores das redes estaduais e municipais foram identificados como EM1, EM2... até EM6 e da rede federal F1, F2... até F6. Alguns professores entendem PcD como aquela que possuem necessidade especial (EM1 e EM5) ou é portadora de necessidade especial (F3). As necessidades especiais não são decorrentes somente da condição individual da deficiência e sim, da relação dinâmica que estabelece entre a pessoa e o meio em que ela atua, levando em consideração a disponibilidade de recursos e a adaptabilidade do ambiente. O outro termo, quando utilizado subentende-se que os indivíduos estão portando algo, e, não há como portar uma deficiência, pois esta é uma característica inerente ao indivíduo. Considerar que a PcD é aquela que necessita de “atendimento especializado de profissional preparado” (EM2) remete a importância da formação dos professores que atuam em escola. Outra palavra importante identificada é “anormal” (EM4; F6) Qual é a referência de normalidade? Desta forma, o termo que melhor definiria o desenvolvimento da PcD seria diferente, pois uma vez que as características de um indivíduo são peculiares e inerentes a condição humana e relacionados ao meio, experiência, sendo inadequado atribuir termos tão enfáticos. Há também referência a acessibilidade e dependência física que está correto apenas para pessoas com deficiência intelectual (EM5; EM6). Já a acessibilidade é de extrema importância sobretudo no processo de inclusão escolar. Apenas os professores EM6 e F6 se aproximaram do conceito vigente de PcD, segundo o qual são aquelas que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade. Comparando as redes municipais e estaduais com a federal, conseguimos perceber semelhanças nas respostas e falta de conhecimentos sobre o assunto, ainda que os professores da rede federal apresentem maior formação acadêmica. É necessária maior capacitação destes profissionais pois este conhecimento configura um marco inicial para a execução de um trabalho de qualidade de inclusão nas escolas. |