ISSN | 2237-9045 |
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Instituição | Universidade Federal de Viçosa |
Nível | Pós-graduação |
Modalidade | Pesquisa |
Área de conhecimento | Ciências Humanas e Sociais |
Área temática | Ciências Humanas |
Setor | Departamento de Geografia |
Bolsa | CAPES |
Conclusão de bolsa | Não |
Primeiro autor | Eustaquio da Silveira Mafra |
Orientador | MARIA ISABEL DE JESUS CHRYSOSTOMO |
Título | Imigração e Mineiridade na Imprensa: a construção de uma identidade sob à luz d’O Pharol (1880-1897) |
Resumo | Na segunda metade do século XIX havia-se, no país, um projeto capitaneado pelas elites político-econômicas, pautado por um ideal de progresso, condicionado pelo liberalismo ascendente nos países capitalistas. O fim do regime cativo era um dos elementos desse projeto, resultante dos interesses ingleses, manifestado em acordos comerciais e a proibição do tráfico negreiro. Neste movimento, incluso a Lei de Terras (1850) e todas as articulações criadas na transição do trabalho escravo para o livre, integra-se a mudança no regime de trabalho a um projeto de povoamento. Para além da ocupação dos “vazios territoriais”, o projeto de povoamento, sustentado por discursos eugênicos e uma lógica determinista, buscava o melhoramento racial da população. Dessarte, a política imigrantista estava atrelada ao progresso idealizado. A presença do imigrante iria, mais que apresentar um modelo de trabalho “avançado”, trazer a civilidade a população — nacionais e libertos —. O discurso definia um perfil a ser introduzido, pautado em qualidades físicas, mentais, profissionais e raciais. Além dos “braços para a lavoura”, falava-se de “plasma de reprodução” e “sangue novo”. Essa ação compreendia parte da tentativa do Estado em criar uma identidade nacional. Todavia, o projeto nacional deparava-se com as particularidades das Províncias/Estados. Minas Gerais, por exemplo, possuía características regionais heterogêneas, apresentando um verdadeiro mosaico. A elite mineira detinha fortes relações no poder, em seus mais diversos níveis, e apesar das ideias advindas da corte, a realidade de Minas refletia em interesses específicos. Ademais, a identidade do ser mineiro já se esboçava em meados do XIX. As características físicas do espaço eram mobilizadas na elaboração desta identidade, as paisagens dos mares de morro representavam, no discurso, um limite para o corpo e a imaginação, dando sobriedade ao caráter do mineiro. Nessa perspectiva, partindo-se da memória passada inquestionável se elaborou o mito, principalmente em torno da conjuração, ao passo em que uma estória/história foi sendo construída. Os embates entre as propostas do Império e os interesses da província, entre o perfil estrangeiro a ser assimilado e o “espírito mineiro” existente — o que no período republicano chamou-se de mineiridade —, se refletiram na imprensa. Assim, os periódicos permitem observar os aspectos da sociedade em um determinado momento histórico, possibilitando avaliar quais os interesses presentes e de quais grupos partiam. Diante disto, objetiva-se analisar as publicações do periódico juiz-forano O Pharol, entre 1880 e 1897, que apresentavam as características do ser mineiro e o confronto deste com o perfil imigrante idealizado. Ressaltamos que a folha representava as ideias de uma determinada elite, e apesar de ser oriunda da Mata, isto não implica negligenciar a heterogeneidade regional, pelo contrário, ao reconhecer-se muitas vezes há o confronto com o outro, o definindo-o. |
Palavras-chave | Identidade, Mineiridade, Imprensa. |
Forma de apresentação..... | Oral |