Resumo |
A cardiomiopatia dilatada é uma doença miocárdica que resulta em contratilidade miocárdica inadequada e na dilatação ventricular. Cães de raças grandes ou gigantes são mais predispostas. É mais frequente em cães entre 4 e 10 anos e a prevalência é maior nos machos do que nas fêmeas. Os sinais clínicos incluem fraqueza, letargia, taquipneia ou dispneia, intolerância ao exercício, tosse, anorexia, distensão abdominal e síncope. O tratamento é baseado na administração de medicamentos com efeitos inotrópico positivo, vasodilatador, diurético e de dieta hipossódica. O objetivo desse trabalho é apresentar o caso clínico de um cão macho, da raça labrador, de 5 anos, atendido e diagnosticado no hospital veterinário da UFV com cardiomiopatia dilatada. O animal foi encaminhado para atendimento com a queixa de apetite caprichoso há um mês, episódios de melena, aumento de volume na região abdominal e taquipneia. Durante exame físico, notou-se hipofonese cardíaca, taquipneia, ascite e linfadenomegalia generalizada. O exame ultrassonográfico abdominal permitiu identificar a presença de hepatomegalia e confirmou o grande acúmulo de líquido livre peritoneal que, após abdominocentese, revelou-se de aspecto hemorrágico. O exame radiográfico de tórax revelou apenas moderado aumento de silhueta cardíaca, enquanto o ecocardiográfico evidenciou efusão pericárdica, ventrículos de aspecto globoso e dimensões aumentadas, hipocinesia e hipertrofia excêntrica grave, diminuição da espessura e contratilidade do septo interventricular e aumento atrial direito. Foi realizada a pericardiocentese e uma amostra do líquido foi encaminhada para análise citológica que não indicou a presença de processos inflamatórios ou neoplásicos.Os achados clínicos e os resultados dos exames complementares, especialmente do ecocardiograma, permitiram estabelecer o diagnóstico de cardiomiopatia dilatada. Mediante o diagnóstico, foi instituído terapia com furosemida, enalapril, pimobendam, omeprazol e recomendado dieta hipossódica. Após aproximadamente 15 dias do início da terapia, o animal retornou para reavaliação sem ascite, mais ativo e sem taquipneia. A cardiomiopatia dilatada em cães é a principal cardiomiopatia na espécie e pode ser assintomática durante muitos meses. É necessário acompanhar clinicamente o animal após o diagnóstico da doença, uma vez que ajustes de terapia se fazem necessários.O tratamento tem o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade e expectativa de vida ao paciente, minimizando os sinais clínicos. |