Resumo |
Gnaisses e granitos são bastante comuns na região sudeste do Brasil, e possuem como característica serem de composição ácida. Seu estudo tem grande importância para a engenharia, já que a região de ocorrência dessas rochas está localizada em clima tropical, sob o qual se desenvolvem espessos perfis de intemperismo, aos quais estão associadas diversas ocorrências de deslizamentos e problemas de estabilidade de taludes, escavações e em fundações. Neste contexto, serão comparados, no presente estudo, índices físicos de granitos e gnaisses, para diferentes graus de alteração, definidos conforme a caracterização proposta pela Associação Internacional de Mecânica das Rochas (ISRM). Foram realizados testes de caracterização de índices físicos (porosidade aparente, massa específica aparente (seca e saturada) e capacidade de absorção aparente) para granitos de graus de alteração W1, W2 e W3, e para gnaisses de graus de alteração W2, W3 e W4. Os graus de alteração foram identificados macroscopicamente de acordo com testes simples de resistência, com auxílio de testes da matriz, por meio de avaliação visual, martelo de geólogos e canivete, bem como microscopicamente, com auxílio de lupas para a identificação de minerais alterados, microfraturas (incluindo seu preenchimento), presentes nas rochas. Os índices físicos foram determinados em pelo menos 10 fragmentos de cada amostra, de cada nível de alteração, os quais foram saturados e a estes aplicados o método da flutuabilidade, conforme norma sugerida pela ISRM. Foi observado que, para as rochas menos alteradas (W1 e W2), a capacidade de absorção aparente e a porosidade aparente possuem valores muito baixos, e que, a partir dos graus de alteração W3 e W4 estes índices variam consideravelmente. No granito, a porosidade aparente, do grau de alteração W1 para W3, variou 8,31% e a absorção teve uma variação de 3,49%. No gnaisse, a porosidade aparente, do grau de alteração W2 para W4, variou 13% e a capacidade de absorção aparente teve uma variação de 5,89%. Os valores de massa específica aparente, tanto a seca quanto a saturada, também apresentam comportamento semelhante, tendo seus valores diminuindo substancialmente a partir do grau de alteração W2. No granito, do grau de alteração W1 para o grau de alteração W3, a massa específica aparente seca teve uma diminuição de 260 kg/m³, e a saturada, uma diminuição de 177 kg/m3. No gnaisse, a massa específica aparente seca teve uma diminuição de 480 kg/m³ e a massa específica aparente saturada, uma redução de 350 kg/m³, do grau de alteração W2 para o grau de alteração W4. Este comportamento ocorre pois, devido à intemperização, alguns minerais são alterados e lixiviados, gerando poros. Quanto mais poros, menor a massa específica aparente, pois o local antes ocupado pelo mineral, que tinha certa densidade, dá lugar a um vazio, preenchido por ar. |