ISSN | 2237-9045 |
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Instituição | Universidade Federal de Viçosa |
Nível | Graduação |
Modalidade | Pesquisa |
Área de conhecimento | Ciências Humanas e Sociais |
Área temática | Ciências Sociais Aplicadas |
Setor | Departamento de Comunicação Social |
Bolsa | Outros |
Conclusão de bolsa | Não |
Apoio financeiro | Outros |
Primeiro autor | Jessica da Silva Nascimento |
Orientador | RICARDO DUARTE GOMES DA SILVA |
Título | Sem Lápis na Mão: Comunicação e Relatos de Vida de Mulheres Analfabetas. |
Resumo | Este trabalho tem como objetivo realizar uma pesquisa em comunicação aplicada à produção de um conteúdo jornalistico literário sobre o analfabetismo e seus impactos no contexto atual brasileiro, a partir dos relatos de vida de mulheres analfabetas e de diferentes realidades socioeconômicas. Dessa maneira, pretendemos entender como essa temática é representada por essas mulheres. Historicamente, as mulheres sempre foram excluídas dos processos educativos, privilégios da classe masculina, de homens brancos e ricos. No período colonial, mulheres, indígenas, escravas e crianças não tinham acesso à leitura e ao desenvolvimento intelectual. Eram enclausuradas em ambientes domésticos por seus pais ou marido, destinadas ao cuidado do lar, reprodução e adoradora do companheiro. No contexto contemporâneo, entendemos como barreira, principalmente, compromissos sociais que fazem com que haja uma escolha entre se dedicar ao estudo ou não. Muitas mulheres precisam optar por frequentar a sala de aula ou trabalhar para ajudar na renda familiar; estudar ou cuidar dos filhos ou irmãos mais novos. Assim, a pesquisa busca entender como dívidas históricas e atuais se entrelaçam e continuam por interferir no processo educacional. Sejam elas, políticas de inserção da mulher no campo educacional, em escolas exclusivas para o sexo feminino ou com políticas públicas educacionais que foram construídas e reconstruídas ao longo dos séculos, como o Movimento Brasileiro de Alfabetização, Ensino Supletivo, Educação de Jovens e Adultos. Atualmente, segundo a Pesquisa Nacional de Análise de Domicílios, disponibilizada em 2017, cerca de 6,8% brasileiras são consideradas analfabetas, o que resulta em aproximadamente 7 milhões de um total de 180 milhões de mulheres. Tais dados nos reforçam como ainda vivenciamos dívidas históricas que vão de encontro com o Artigo 205, da Constituição de 1988, que garante educação a todos. Por meio da pesquisa qualificativa, buscaremos compilar a subjetividade da temática no recorte do gênero feminino, de maneira investigativo e analítico. Refletir e compreender como o analfabetismo acaba por afetar suas vidas e como essas personagens contornam seus status de não letrada em suas rotinas diárias. Para isso, faremos pré-entrevistas, presenciais ou não, com possíveis personagens analfabetas, a fim de selecionar aquelas que mais poderiam agregar conteúdo a pesquisa final. A partir disso, as entrevistas com estas personagens serão realizadas de maneira aprofundada, com viés narrativos, sem interferências do pesquisador, permitindo que elas desenvolvam da maneira que achar conveniente para relatar suas experiências e perspectivas. O produto final desta pesquisa será um livro-reportagem contendo um compilado de narrativas de mulheres analfabetas que por dívidas históricas, sociais e políticas foram barradas do acesso à educação. Busca-se juntar o factual, realista e preciso do jornalismo com o território amplo, plural e aprofundado da literatura. |
Palavras-chave | Comunicação, Analfabetismo, Mulheres |
Forma de apresentação..... | Painel |