Resumo |
Em março de 2018, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral de autorizar que mulheres e homens transgêneros pudessem registrar suas candidaturas com o nome social possibilitou uma mudança significativa no quadro político eleitoral brasileiro. Mesmo em meio ao retrocesso representado por candidaturas de homens cisgêneros ligados às pautas militares subjugando as identidades historicamente oprimidas como as de mulheres cisgêneros, homossexuais e mulheres e homens transgêneros, o relatório do Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto apresentou à sociedade a necessidade de reconhecer as identidades transgêneros e trazer para o palco de debate das políticas públicas as pautas destes cidadãos também historicamente invisibilisados. Assim, pretende-se, com este trabalho analisar o relatório do Ministro registrado no TSE sob número 0604054-58.2017.6.00.0000 – DISTRITO FEDERAL (Brasília), a fim de identificar de que forma as identidades trans são citadas, quais elementos linguísticos de cunho político-ideológico são utilizados pelo ministro para citar a importância de inserir as cidadãs e os cidadãos trans na política brasileira. Para este fim, deve -se produzir a análise à luz da Análise de Discurso Crítica (CHOULIARAKI, FAIRCLOUGH, 1999),(FAIRCLOUGH, 2003) partindo da Representação de Agentes Sociais, teoria defendida, inicialmente, por Theo van Leeuwen (1997), cuja definição trata de como agentes sociais são representados no discurso e tem como principais categorias teóricas a Exclusão e a Inclusão, o que demonstra como o agente social se destaca ou se apaga e ainda como sua imagem é construída ou desconstruída. Deve-se trazer como base sociológica das discussões a teoria Queer de Judith Butler (2000) e os estudos do Transfeminismo (SOLÁ, 2013), além dos estudos do Realismo Critico de Bhaskar em Gomes (2016), a partir da ontologia social do discurso. Este trabalho é parte de uma pesquisa de mestrado e portanto, os resultados trazidos até aqui ainda estão em fase de desenvolvimento. |