Outros membros |
Beatriz Abreu, Blenda Mara Domingues Costa, Daniela Aparecida Monteiro, Gabriela de Moura Pereira Câmara, Karina Magalhães Macedo, Lorena Pereira dos Santos, Rita Maria de Souza, Stefany Ribeiro da Silva |
Resumo |
Objetiva-se apresentar as atividades desenvolvidas de out/18 a jun/19, pelo Programa de extensão Casa das Mulheres e um dos projetos a ele vinculados: “Rede Protetiva Casa das Mulheres – Observatório da Violência contra a mulher”. O Programa de extensão, foi desenvolvido no intuito de romper a lacuna da inexistência de políticas de enfrentamento à violência em Viçosa-MG, viabilizando o atendimento às mulheres por meio da organização de uma rede de serviços não especializados. Proposto em 2010, o programa é coordenado pelo NIEG-UFV, em parceria com a Defensoria Pública de MG e Prefeitura de Viçosa. Até 2016, foi financiado pelo PROEXT/MEC e, a partir de 2018, após mobilização social, um convênio entre a UFV e Prefeitura de Viçosa garante o funcionamento da Casa das Mulheres. Atualmente as atividades se estruturam em três eixos: 1)acolhimento, orientação e encaminhamento de mulheres à rede não especializada de enfrentamento à violência; 2) organização e análise de dados sobre violência contra a mulher e 3)formação sobre gênero e enfrentamento à violência. Entre out/18 e mar/19, foram realizados 398 atendimentos na sede da Casa das Mulheres e na unidade volante (delegacia de Polícia Civil). Os atendimentos foram, principalmente, de mulheres entre 35 e 39 anos em decorrência de violências psicológicas e físicas, além de outras violências. Sobre a produção das informações, foi realizada busca ativa de casos de violência contra mulheres atendidas na Rede Protetiva, cujos dados foram registrados nas bases da Policia Civil (REDS), Casa das Mulheres (Protocolo de atendimento) e Serviço de Vigilância em Saúde (SIM e SINAN), para os anos de 2017 e 2018 (até jun/18). Estas informações estão sendo sistematizadas e analisadas. Ao mesmo tempo, procedeu-se análise e divulgação dos dados de 2015 (cuja busca ativa e sistematização já haviam sido realizadas em projeto anterior). Os resultados da referida análise (2015), permitiram evidenciar a prevalência das violências psicológicas (45%) e físicas (37%), entre mulheres jovens (76%), pretas e pardas (52%), residentes em regiões vulneráveis do município (19%). Além do trabalho com os dados, foram realizadas 23 oficinas de formação sobre “gênero e enfrentamento à violência”. Os entraves para execução plena do trabalho se centram, sobretudo, na escassez de recursos humanos e financeiros; na rotatividade de profissionais da Rede (das áreas da saúde e assistência social principalmente) por exigir retomada permanente do trabalho realizado; e na dependência de pacto constante para acesso aos dados sobre violência provenientes da delegacia de Polícia Civil (a coleta dos dados de 2018 foi impedida pela não obtenção de respostas para a realização desta). Apesar disso, as parcerias firmadas (Defensoria Pública e Prefeitura)e a existência de uma equipe mobilizada e comprometida para o enfrentamento à violência são fatores que tornam o trabalho mais leve, permitindo sua continuidade. |