Resumo |
Introdução: O aumento da prevalência de sobrepeso/obesidade (S/O) na infância e adolescência é uma realidade preocupante, tornando-se uma questão de saúde pública a ser discutida em escala mundial. Tal cenário pode estar associado diretamente com o estilo de vida adotado pelo sujeito (baixos níveis de atividade física (AF) e alimentação com elevado teor calórico, por exemplo), assim como as características próprias do ambiente em que se encontra. Por conseguinte, intervir junto à população pediátrica para reversão desse quadro, apresenta-se como algo essencial, visto que, existem evidências científicas de que hábitos adquiridos nessa fase da vida tendem a ser reproduzidos futuramente, ocasionando impacto negativos na saúde do indivíduo, tais como o surgimento de doenças crônicas associadas ao excesso de peso e ao sedentarismo. Objetivo: identificar os preditores individuais e do contexto escolar dos níveis de atividade física e do índice de massa corporal de crianças com idades entre 6 e 10 anos de idade. Metodologia: Foram avaliados 308 sujeitos, de ambos os sexos, dos quais foram obtidas informações demográficas, bem como acerca da AF, composição corporal (CC), competência motora (CpM – real e percebida), aptidão cardiorrespiratória (ApCr), e indicadores de saúde (perímetro da cintura, IMC e pressão arterial); e informações do ambiente escolar. As análises estatísticas foram realizadas no software SPSS 25, tendo sido utilizado o teste de regressão linear, mantendo o nível de significância em 5%. Resultados: Dos preditores individuais estudados, para o IMC, observou-se uma associação significativa da idade (B=0,664, p<0,001) e da ApCr (B=-0,007, p<0,001); já para a AF, associações significativas foram observadas para idade (B=532,85, p=0,042 –somente em dias de semana), sexo (B=-1637,916, p=0,005 – dias de semana; B=-1334,399, p=0,018 – fim de semana) e CpM percebida (B=-121,413, p=0,016 – dias de semana; B=-117,93, p=0,030 – fim de semana) . Das variáveis do contexto escolar, apenas o espaço para o recreio apresentou associação significativo com o IMC (B=1,892, p=0,013). Para as demais variáveis, como indicadores de saúde e outras variáveis do contexto escolar (materiais e espaços disponíveis, além da duração das aulas de Educação Física), não foram encontradas associações significativas tanto para o IMC, quanto para os níveis de AF. Conclusão: Os resultados encontrados apontam para uma maior associação dos preditores individuais tanto para o IMC, como para AF, quando comparados aos preditores do contexto escolar. De todo modo, deve-se incentivar mais estudos para compreender essas relações e promover estratégias que incrementem os níveis de AF e auxiliem no controle do IMC na infância, evitando o surgimento de fatores de risco que possam se acentuar na vida adulta. |