Resumo |
Devido ao aumento da expectativa de vida dos brasileiros, o envelhecimento da população é uma realidade vivenciada. Neste sentido, a UFV, juntamente com a Prefeitura Municipal de Viçosa, por meio do Programa Municipal da Terceira Idade(PMTI), oferecem diversas atividades que visam a promoção do Envelhecimento Ativo (EA). O EA é definido pela OMS como o processo de otimização de oportunidades de saúde, participação, aprendizagem ao longo da vida e segurança, de modo a melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem. Dentre as diversas atividades desenvolvidas no Programa, a alfabetização da pessoa idosa tem destaque, pois estimula a autonomia e garante a liberdade por meio da aprendizagem. Esse trabalho, planejado e desenvolvido em parceria com o NEAd/UFV (Núcleo de Educação de Adultos da Universidade Federal de Viçosa), tem como objetivo promover a socialização, a autonomia e a liberdade do idoso por meio da alfabetização. Vinculado à Educação de Jovens e Adultos (EJA), tem como fundamentos os ensinamentos de Paulo Freire, utilizando como método para o processo de ensino-aprendizagem, o método silábico. Nesse sentido, as atividades desenvolvidas e aplicadas em sala de aula partem de um tema gerador, que é proveniente do diálogo, do vocabulário, das vivências e do cotidiano dos alunos. Esse Projeto teve início em março de 2018 e conta atualmente com a participação de oito idosos, com idade média de 78 anos, sendo a maioria mulheres viúvas e donas de casa. O desenvolvimento desses alunos tem sido crescente e significativo, dia após dia. Muitos dos que não sabiam ler, já conseguem identificar sílabas e palavras; os que já conseguiam mas o faziam com dificuldade, estão interpretando pequenos textos, resolvendo atividades com propriedade e autonomia, e os que já eram alfabetizados mas que desenvolveram problemas cognitivos na velhice, têm conseguido manter sua qualidade de vida e raciocínio por meio da socialização. Dentre os resultados mais visíveis alcançados até o presente momento, destacam-se o aumento da autoestima, da reflexão, do pensamento crítico, da valorização do Eu e da cultura a qual pertencem, através da leitura e da escrita. Evidenciamos, assim, que a educação da pessoa idosa constitui mais do que um direito reconhecido pelo Estado. Ela deve oferecer aos alunos oportunidades para que eles possam manter sua autonomia, sua liberdade e sua qualidade de vida, de forma a exercerem sua cidadania em plenitude, críticos e ativos no contexto social em que vivem. |