Resumo |
A aceroleira (Malpighia emarginata Sessé & Mociño ex DC) pertence à família Malpighiaceae e devido ao seu elevado teor de vitamina C, é muito utilizada no consumo in natura ou industrializado. E, em função do alto potencial econômico e agronômico desta espécie, torna-se interessante realizar pesquisas com foco na sua propagação in vitro, podendo permitir uma rápida multiplicação de plantas, facilitar o intercâmbio de mudas sadias e contribuir com avanços nos trabalhos de melhoramento genético da espécie, dentre outras aplicações. Dessa forma, a presente pesquisa tem como objetivo estabelecer in vitro a cultivar de aceroleira Cabocla sob diferentes meios de cultura. O experimento foi conduzido no Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais II do BIOAGRO/UFV. Foram utilizados explantes de segmentos nodais, oriundos de plantas de casa de vegetação de dois anos de idade. Os explantes foram submetidos à desinfestação em álcool 70% por 1 minuto, hipoclorito de sódio a 1,0% de cloro ativo mais Tween 20 a 3,0% por 15 minutos e lavados 4 vezes em água destilada e autoclavada. Após a desinfestação, explantes de 1,5 a 3,0 cm de comprimento foram introduzidos em tubos de ensaios contendo 10 mL de diferentes meios de cultura, T1 - MS + 0,5% Plant Preservativ Mixture (PPM); T2 - MS + EDDHA + 0,01 mg/L de 6-benziladenina (BA) + 0,5% PPM; T3 - EDMm + 0,5% PPM + 0,01 mg/L de BA e T4 - Ms + 0,5% PPM + 0,01 mg/L de BA. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, utilizando cinco repetições (quatro tubos por repetição com um explante cada). Após 15 dias da introdução foram avaliados número de brotações, vigor (notas de 0 a 3, 0 = ruim,1 = regular, 2 = bom e 3 = ótimo), porcentagem de contaminação fúngica, bacteriana e contaminação total, mortalidade (%) e explantes estabelecidos (%). Os dados foram analisados pelo programa GENES (CRUZ, 2013) e as médias agrupadas pelo Teste de Scott Knott a 5% de significância. Foi possível estabelecer a cultivar Cabocla em todos os meios testados, com porcentagem de explantes estabelecidos variando de 60 (T4) a 75% (T1). Foi observada diferença estatística entre os meios de cultura apenas para número de brotações, vigor, contaminação fúngica e mortalidade, entretanto, o meio de cultura T4 foi o que promoveu maior número de brotações (1,9) e vigor (2,2), devendo este meio ser indicado no estabelecimento in vitro desta cultivar. |