Outros membros |
Alessandra Paiva Ribeiro, Felipe Salgado Senna, Hérksson Mota Maia, Júlia Martins Soares, Lucas Rafael Bigardi, Thais Monteiro de Jesus, TOMMY FLAVIO CARDOSO WANICK LOUREIRO DE SOUSA, Uriel Laurentiz de Araujo |
Resumo |
Diante da atual situação de degradação dos solos em várias partes do mundo, com um crescente aumento da incidência de erosões em solos mal manejados, destacando-se áreas de pastejo intensivo, tornam-se necessárias intervenções antrópicas que visem a recuperação dessas áreas através de técnicas apropriadas. Os ninhos d’água surgem como uma tecnologia social que objetiva evitar o alastre de voçorocas existentes e a recuperação das áreas já erodidas. Estes consistem de barreiras construídas dentro das voçorocas, utilizando-se materiais facilmente disponíveis (como bambus) no local, associadas ao plantio de adubos verdes e adição de calcário, esterco e cinzas, oferecendo benefícios como contenção dos sedimentos, quebra da força das enxurradas, fixação biológica de nitrogênio no solo, redução da compactação e do impacto direto das gotas de chuva no solo, aumento da porosidade, da matéria orgânica, da CTC, de microorganismos e da agregação das partículas do solo. Estes benefícios ocasionam no aumento da infiltração da água da chuva no solo e auxiliam na recuperação das áreas degradadas. O projeto “Projeto Rio Doce: Cultivando Agroecologia” é um convênio entre a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (SEDA) e a UFV através do Núcleo de Educação no Campo e Agroecologia (ECOA) que visa a implementação de seis Unidades de Experimentação em Agroecologia em propriedades de pequenos agricultores nas cidades de Viçosa, Cajuri, Barra Longa e Mariana. O projeto gira em torno do manejo sustentável das terras e seus recursos hídricos, subdividindo-se em quatro linhas de atuação: sistemas agroflorestais, plantio de água, quintais produtivos e manejo agroecológico da criação animal. O projeto tem como objetivo a recuperação da Bacia Hidrográfica do rio Doce através da implementação de tecnologias sociais, além de buscar o resgate, fomento e fortalecimento das práticas agroecológicas, propiciando a geração de renda e o desenvolvimento sustentável das comunidades inseridas na bacia. As tecnologias serão implantadas nas propriedades através de mutirões e além da implantação serão realizados intercâmbios agroecológicos, oficinas de capacitação e a distribuição de materiais didáticos. Estas metodologias buscam resgatar as sabedorias tradicionais e associá-las com os conhecimentos técnicos e científicos, tornando o processo de formação participativo e empoderando os participantes quanto às tecnologias sociais. Já foram realizados três intercâmbios agroecológicos até então, dois no município de Barra Longa e um no município de Cajuri. Neste foram implementados alguns ninhos d’água em áreas erodidas, além de SAFs, terraços e plantios alternativos para alimentação animal. Com a realização das atividades constatou-se a carência dos agricultores por assistência técnica e evidenciou-se a importância de se trabalhar a agroecologia através da extensão, tendo em vista que os agricultores tiveram uma boa receptividade e se contemplaram com os resultados das atividades. |