Resumo |
Famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família com presença de adolescente são mais susceptíveis às condições de insegurança alimentar, sendo importante a análise dos fatores associados a esta situação. Verificar relação entre a insegurança alimentar e o estado nutricional e o risco cardiometabólico de adolescentes beneficiados pelo Programa Bolsa Família (PBF). Estudo transversal realizado com adolescentes beneficiados pelo PBF residentes na zona urbana do município de Viçosa, Minas Gerais. Aferiu-se peso e estatura para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Para avaliar o estado nutricional dos adolescentes foram observados os valores em escore-z, segundo sexo e idade, dos índices Estatura/Idade e IMC/Idade (WHO, 2007). Aferiu-se o perímetro da cintura (PC) durante a expiração normal, na cicatriz umbilical. Com esta medida e da estatura calculou-se a relação cintura estatura (RCE), considerando presença de risco cardiometabólico valores de RCE≥0,50, independentemente do sexo e idade. Avaliou-se a situação de insegurança alimentar pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Os domicílios que apresentaram pelo menos um adolescente com baixa estatura, excesso de peso ou risco cardiometabólico foram classificados em situação de insegurança alimentar e nutricional. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (nº 691.641). Realizou-se estatística descritiva dos dados e verificou-se associação entre insegurança alimentar e o estado nutricional e o risco cardiometabólico pelo teste de qui-quadrado de Pearson e teste Exato de Fisher. Os dados foram analisados no Statistical Package for the Social Sciences for Windows (SPSS) versão 21.0 e adotou-se nível de significância menor que 0,05. Foram avaliados 118 domicílios com presença de adolescente, em um total de 179 indivíduos, destes 57,5% (n=103) do sexo feminino, 1,7% (n=3) com baixa estatura, 0,5% (n=1) com baixo peso, 17,9% (n=32) com excesso de peso e 15,6% (n=28) com risco cardiometabólico. Pela EBIA detectou-se 85,6% (n=101) de domicílios em insegurança alimentar. Não observou-se associação entre insegurança alimentar e estado nutricional e risco cardiometabólico (p>0,05). No entanto, a baixa estatura, o excesso de peso e o risco cardiometabólico, estiveram presentes em 100%, 83,3% e 84,6% dos domicílios considerados em insegurança alimentar, respectivamente. Observou-se elevada prevalência de insegurança alimentar nos domicílios com adolescentes que apresentavam distrofia nutricional e risco cardiometabólico, demonstrando ser este um público em vulnerabilidade social que necessita de intervenções e ações de promoção da saúde e prevenção de doenças. Apoio: CAPES, FAPEMIG, CNPq e PPGCN. |